Existem encontros artísticos que geram o que chamamos de “magia”. Acontece poucas vezes, quando somar um mais um resulta em algo maior que dois — como é o caso diante de nós.
“Desastres Fabulosos” é a nova canção de Jorge Drexler e Conociendo Rusia, um tema clássico e cativante que estreia nesta terça-feira, 13 de maio, marcando o início de um longo percurso para essa música.

“Desastres Fabulosos” nasce da admiração mútua e da longa amizade entre os dois artistas. Jorge Drexler e Mateo Sujatovich (Conociendo Rusia) se reuniram em setembro de 2024 para escrever a canção a quatro mãos. O encantamento se transferiu para os estúdios 5020 da Sony, em uma gravação que contou com a participação de Leiva (em sua faceta como baterista!), Meritxell Neddermann (rhodes e vocais), e Jordi Matas (baixo e guitarras), além dos próprios Jorge e Mateo nos vocais e violões. A faixa, produzida e mixada por Nico Cotton, e masterizada por Fred Kevorkian, chega acompanhada de um belo videoclipe dirigido por Joana Colomar, colaboradora habitual de Jorge Drexler.
Nas palavras de Mateo:
“Compor com Jorge Drexler é uma montanha-russa à qual eu subiria mil vezes mais. Entrar em seu universo, compartilhar o meu e criar uma música do zero juntos foi um presente lindo, que se chama ‘Desastres Fabulosos’. Sou eternamente grato a Jorge por abrir as portas de seu estúdio e do seu coração.”
Nas palavras de Jorge Drexler:
“Um dia antes do meu aniversário, me encontrei com Mateo no meu estúdio em Chueca, Madri, para escrever algo. Fazia tempo que eu admirava a linda qualidade melódica de Mateo. Essa musicalidade natural, quando passa pela sua voz, torna-se um tipo de beleza inteligente, direta e próxima, com a qual eu queria interagir havia tempos. A Argentina tem, tanto no pop quanto no rock and roll, uma genealogia de grandes compositores, e Mateo encarna muitas dessas virtudes — e as condensa com uma enorme capacidade de síntese, que faz tudo o que ele toca soar belo, natural e fluido.
Ouvir suas canções faz a gente pensar que as grandes músicas sempre estiveram ali, ao alcance da mão. Eu achava que isso poderia ser um complemento precioso para o meu mundo, que às vezes se torna retórico demais. Como sempre, ao se propor a escrever em parceria com outra pessoa, o primeiro passo é conversar, sem rumo fixo… sobre música, sobre a vida, sobre qualquer coisa.
Divagamos por um tempo, tomando mate, e a ideia da canção surgiu relativamente rápido, baseada numa anedota que apareceu na conversa e que nos era familiar. Gravamos uma primeira demo com minha caixa de ritmos analógica do paleolítico e ficamos muito felizes, de verdade.
Havia algo claramente nosso ali, profundamente integrado. O ponto de vista da história era incomum e nos enchia de alegria cantar aquela melodia — as vozes se encaixavam como se fôssemos da mesma família.
Sentíamos que faltava algo, e meu filho Pablo, que estava no estúdio, nos deu a ideia musical da introdução crescente, como suspensa, que também ficou como coda.
Para levar tudo a bom porto e gravar a versão final, juntou-se à produção o grande Nico Cotton. Chamamos dois músicos incríveis da Catalunha com quem já havia trabalhado: Meritxell Neddermann nos teclados e Jordi Matas no baixo e na guitarra. Como surpresa alucinante e broche de ouro de 24 quilates, somou-se o nosso querido/amado Leiva na bateria e em pandeiretas principescas.
Com a música já gravada, chamamos minha diretora favorita, Joana Colomar, que dirigiu o belíssimo videoclipe — que, na verdade, é mais um curta-metragem do que um clipe musical convencional.
Os talentosos Macarena García e Javier Dichas encarnaram essa história de amor um tanto disfuncional da forma mais bonita possível: o amor é uma chave que conecta as pessoas muitas vezes por seus defeitos, e apesar de suas virtudes.”
O videoclipe, estrelado pelos atores Macarena García e Javier Dichas, é um relato divertido e sensível dessa história de casal, onde ele sofre com os esquecimentos da fabulosa protagonista. É uma narrativa breve e perfeita para essa canção, cheia de detalhes para os olhares mais atentos.
“Desastres Fabulosos” se apresenta como um verso solto nas carreiras de ambos, já que não fará parte de nenhum álbum. Uma oportunidade para trabalharem juntos, para compartilhar e dar vazão ao pop clássico e elegante que caracteriza suas trajetórias. A canção é uma peça simples e cativante, executada com maestria por uma banda singular criada para um momento único, e gravada inteiramente ao vivo. Já é uma daquelas músicas atemporais que permanecerão nos repertórios dos dois artistas por muitos anos.