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Compositor das trilhas sonoras das três trilogias de Star Wars, John Williams é um dos principais responsáveis pela grandiosidade da franquia.
John Williams é um dos maiores compositores de trilhas sonoras do mundo, aclamado por criar temas inesquecíveis que fazem parte do imaginário de qualquer fã de cinema - como Jurassic Park, E.T., Indiana Jones e Superman. O compositor e maestro americano definitivamente deixa sua marca na alma da franquia Star Wars, assinando a trilha do encerramento da saga dos Skywalkers.
Dizer que John Williams criou uma das maiores trilhas sonoras do cinema em Star Wars até parece pouco. O que ele criou para a história de George Lucas é um dos principais motivos da grandiosidade da franquia.
"Star Wars: The Rise of Skywalker" chega aos cinemas para finalizar as 3 trilogias. Ao longo das décadas, muitos de nós se familiarizaram com momentos inesquecíveis dos longas e de suas trilhas sonoras, como a icônica "Marcha Imperial", que estreou em 1980 em "O Império Contra Ataca" - o padrão pelo qual todos os temas dos vilões da saga são elaborados.
O que muita gente não sabe é que George Lucas não queria um compositor original para Star Wars. Ele inicialmente pensou que o primeiro filme, "Star Wars Episódio IV: Uma Nova Esperança" (1977), tivesse clima para uma trilha mais clássica assim como Stanley Kubrick tinha feito em "2001: Uma Odisseia no Espaço". Mas sua opinião mudou ao perceber o trabalho de John Williams em "Tubarão", que acabou levando o Oscar no ano anterior por melhor trilha sonora.
Quando John Williams entrou para o projeto, a direção artística de George Lucas teve peso, e muito do processo criativo da trilogia original é baseado em músicas clássicas. Com carta branca para trabalhar no conceito, tendo em mente a estética musical da era de ouro de Hollywood, Williams encontrou inspiração em compositores renomados, principalmente Gustav Holst, Igor Stravinsky e Richard Wagner.
O genial compositor e maestro americano apostou em diversos caminhos criativos. No final da trilogia original, por exemplo, quando Darth Vader está morrendo e seu filho Luke Skywalker o desmascara, o público ouve uma versão diferente da "Marcha Imperial", que apresenta uma harpa solo. Williams desconstrói totalmente o tema. Ele tira toda a roupa militarista, há um senso de finalidade, que acompanha a ideia de redenção que é tão importante na série.
Outro momento de representatividade que tira lágrimas dos fãs de todas as idades até hoje é a combinação da trilha sonora com os dois sóis de Tatooine, o planeta de Luke Skywalker. Juntas, as imagens e a trilha, tratam a cena contemplativa do personagem com beleza porém indicam que tudo está prestes a mudar para sempre.
Avançando para o presente, outro trabalho interessante é o tema do neto de Darth Vader, Kylo Ren, onde a trilha não atinge as alturas como a "Marcha Imperial". O objetivo neste caso é que a sonoridade traga o clima do personagem, um ser com algo oculto, uma espécie de máscara, alguém em processo de autoconhecimento que tem mais a descobrir sobre si mesmo.
Finalmente, o personagem mais sombrio de todos: o Imperador. Esse tema talvez seja a obra-prima de Williams para ilustrar a vilania. O tema é sutil, com um coro masculino profundo. Porém o que tem de especial são as harmonias imprevisíveis, trazendo a sensação de algo perverso escondido, um lobo em pele de cordeiro, hábil e poderoso.
Poucos músicos e compositores têm a sensibilidade de entender referências e trabalhar em cima delas de um jeito realmente inovador. Considerado um dos maiores compositores da história do cinema, tanto pelo volume de sua obra, como pela popularidade, John Williams é a segunda pessoa com mais indicações ao Oscar na história da premiação, ficando atrás apenas de Walt Disney.
No 44º prêmio 'Life Achievement Award' o cineasta George Lucas brinda a arte de John Williams e fala sobre sua obra icônica e duradoura. O tributo aconteceu no Dolby Theatre em 9 de junho de 2016 em Hollywood, Califórnia.