"Abbey Road": confira 10 curiosidades sobre o clássico disco dos Beatles que completa 50 anos

27.09.2019 | 15h30 - Atualizada em: 28.09.2019 | 14h11
Por Anna Rios
Capa do "Abbey Road" é tão famosa quanto o conteúdo do disco, e cena na rua de Londres segue reproduzida 50 anos depois

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Trabalho marcou a última parceria de John, Paul, George e Ringo no estúdio

Por GaúchaZH

Um disco estampado com a imagem de quatro caras atravessando uma faixa de pedestres em uma rua de Londres se transformou em um dos produtos culturais mais celebrados do século 20. Dentro dele, composições que entraram para a história da música.

Décimo segundo álbum de estúdio dos Beatles, Abbey Road completou 50 anos nesta quinta-feira (26). Confira algumas curiosidades sobre o trabalho:

Último ou penúltimo?

Abbey Road foi o último disco gravado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, mas acabou lançado antes de Let it Be, que chegaria às lojas em maio de 1970. As gravações de Abbey Road ocorreram entre fevereiro e agosto de 1969, enquanto as de Let it Be reuniram os Fab Four no estúdio em janeiro. Adendo: a última vez em que os Beatles tocaram juntos no estúdio (já sem a presença de Lennon) foi nas gravações da faixa I me Mine, incluída em Let it Be, com sessões em janeiro e abril de 1970, pouco antes do antes do fim oficial da banda.

A rua

Para fazer a foto da capa, os Beatles simplesmente deram um pulinho na Abbey Road, rua localizada em frente ao estúdio homônimo em que a banda gravava. O local fica atrás do muro branco, que aparece à esquerda na fotografia, próximo ao fusca. A imagem foi feita na manhã de 8 de agosto de 1969.

A foto

A sugestão da capa foi de Paul McCartney. Ele queria brincar com um boato sustentado pelos fãs de que havia morrido em um acidente de carro em 1966 - e que o Paul que seguia junto aos Beatles era um sósia. Disposto a insuflar essa teoria da conspiração, ele rabiscou um desenho dos quatro atravessando uma faixa de pedestres. O fotógrafo contratado foi o escocês Iain MacMillan, que, anos mais tarde, deu a Paul os créditos da ideia: "Pouco dias antes do ensaio, ele desenhou um rascunho de como imaginava a capa do disco, e acabou sendo o que foi feito naquele dia".  A foto foi feita por volta das 11h35min, horário escolhido para evitar os fãs, que sabiam que a banda geralmente aparecia nos estúdios no meio da tarde. A polícia interrompeu o tráfego para que Macmillan tirasse um total de seis fotografias. A quinta foi a escolhida, pois mostrava todos os músicos dando um passo sincronizado. 

Paul está morto

A leitura que os fãs fazem da foto é a seguinte: Paul está descalço (seguindo um rito de assim enterrar os mortos); John, de branco, representaria Deus; Ringo, de preto, o padre; George, de jeans, o coveiro; o“falso”Paul não está no mesmo passo dos demais e segura um cigarro na mão direita – o“verdadeiro”era canhoto. E na calçada está estacionado um Fusca (beetle, em inglês) com a placa LMW 28IF, que significaria“Linda McCartney Widow”(Linda McCartney Viúva) e “se” vivo estivesse, Paul teria 28 anos.

Contraprovas

A foto foi improvisada e teve apenas seis registros, três com os Beatles atravessando a rua da esquerda para a direita e três ao contrário. Nos dois primeiros, Paul estava de sandálias. Por ser a melhor da série, a foto escolhida foi a quinta, única de Paul com o cigarro. Na placa do Fusca, o correto é o número 1 e não a letra I. Paul teria (e tinha) 27 anos e não 28 (nasceu em 18/6/1942) – para fechar a conta, consideraram o nascimento de seu “carma” na gestação, dando-lhe nove meses de vida a mais. 

O fusca

Foto: Divulgação

Como boa parte das coisas que fizeram parte da história dos Beatles, o fusca da foto também foi parar em um museu. O veículo de placa LMW 28IF foi comprado em um leilão realizado no ano de 1986 por um colecionador, que pagou US$ 23 mil. Em 1998, o carro foi novamente leiloado, mas dessa vez foi parar na ZeitHaus Museum, perto da fábrica da Volkswagen em Wolfsburg. 

Paul está vivo

Foto: Divulgação

Paul voltou a brincar com o boato de que estaria morto em 1993. Ele se utilizou da mesma fotografia do Abbey Road, mas ressignificou a mensagem. Dessa vez, aparece atravessando a faixa solitariamente, indício de sua carreira solo; seus olhos estão bem abertos e usa sapatos, de modo a afastar qualquer referência a defuntos. E batizou o disco de Paul is Live. A capa também traz a companhia do cachorro Arrow, filho de Martha, inspiração da música Martha My Dear.

Todo mundo imita

Foto: Divulgação

A travessia dos fab four pela Abbey Road tornou-se uma imagem tão icônica que diversos famosos, fãs e até os nem tão fãs reproduzem a cena quando dão uma passadinha em Londres. O lugar, aliás, virou ponto turístico quase obrigatório.

Algumas vezes, a capa foi readaptada por outros artistas e personagens para homenagear os Beatles. Exemplos: Os X-Men, Os Simpsons, Snoopy's, Asterix & Obelix e até a Turma da Mônica.

Só sucessos

Abbey Road traz grandes clássicos dos Beatles. Nele estão Come Together, a romântica Something, a esperançosa Here Comes The Sun, ambas de Harrison, a roqueira She Came in Through the Bathroom Window, e a belíssima Golden Slumbers, seguida de Carry that Weight. O disco é recheado de sucessos, com a banda no auge de seu talento criativo e ainda surpreendendo nas experimentações sonoras, destacando a força de suas duas frentes de composição (Lennon/McCartney e Harrison) como na formatação das faixas em medley. O clima entre eles podia estar pesado, mas o resultado foi um trabalho iluminado.   

Vigília

A veneração não tem limites. A Abbey Road pode ser conferida a qualquer hora do dia, em qualquer dia da semana, neste link: abbeyroad.com/Crossing. Uma câmera posicionada em um ponto alto da rua transmite a movimentação no local, de modo que os mais fanáticos, se ficarem conectados por muito tempo, podem até flagrar a tentativa de algum turista posar na faixa de pedestres para imitar seus ídolos. 

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