Com mais canções e divulgação no "mundo virtual", Elekfantz lança o disco "Elements"

10.07.2020 | 12h36
Marina Martini Lopes
Por Marina Martini Lopes
Editora
"Elements", o novo álbum da dupla catarinense Elekfantz, é um trabalho que foi sendo apresentado aos poucos ao público

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Lounge Itapema

Formada por Daniel Kuhnen e Leo Piovezani, dupla catarinense divulga segundo trabalho da carreira

Elements, o novo álbum da dupla catarinense Elekfantz, é um trabalho que foi sendo apresentado aos poucos ao público: em novembro de 2019, Daniel Kuhnen e Leo Piovezani já haviam lançado três singles; Close to Me, When We Were Young e Work It Out - que foram reunidos em um EP, Elements: Part 1, ao lado da até então inédita The Promise. Em março deste ano, saiu Elements: Part 2; e, agora, no finalzinho de junho, o disco inteiro. O projeto tem produção de Gui Boratto, e conta, no total, com onze músicas.

"Esse álbum nasceu e cresceu na estrada", conta Leo Piovezani; em entrevista do duo à Itapema. "Estávamos na turnê de nosso primeiro disco [Dark Tales & Love Songs, de 2014], viajando muito; primeiro pela Europa, depois Estados Unidos, Ásia, e quase o Brasil inteiro. Paramos muito pouco em estúdio. Então o álbum foi muito inspirado por essas experiências na estrada. Em intervalos curtos que tínhamos, fazíamos sessões em estúdio e íamos gravando as músicas. É uma grande diferença de quando, por exemplo, uma banda pára tudo o que está fazendo e fica 30 dias em estúdio gravando um trabalho, do início ao fim. As nossas sessões de gravação ocorreram ao longo de um período de quase dois anos, então o principal desafio foi dar uma unidade musical e conceitual para o material, para conseguir fechar o conteúdo como um disco."

Leo - que é nascido em São Paulo, mas mora há muitos anos em Florianópolis - destaca duas diferenças principais entre Dark Tales & Love Songs e o novo Elements: o maior número de canções, e a forma de divulgação. "O Elements é um disco de canções", explica. "O primeiro trabalho tem algumas canções, mas tem uma parte instrumental; é quase meio e meio. Nesse, nós nos dedicamos mais a compor. A estratégia de lançamento e divulgação também foi diferente: na época do Dark Tales, nem existia Spotify ainda; nós lançamos o vinil e divulgávamos QR Codes para as pessoas baixarem o material. Já o Elements, nós fomos lançando em conta-gotas. Apostamos nesse formato de singles, porque, na nossa opinião, as pessoas agora ouvem menos álbuns inteiros, do início ao fim."

A pandemia de coronavírus impactou decisivamente as ações de divulgação de "Elements"Divulgação

O florianopolitano Daniel Kuhnen completa: "É um trabalho mais maduro que o primeiro: dedicamos mais tempo à produção e pós-produção. O Elements já estava pronto quando começou essa coisa da pandemia, a quarentena - na verdade, ele estava previsto para ser lançado bem ali naquelas semanas em que a quarentena começou. Naquele momento decidimos parar tudo, suspender o lançamento, para entender melhor o que estava acontecendo. Essa loucura que estamos vivendo não acabou ainda, mas nós decidimos lançar porque sentimos que tem muita gente em casa, ouvindo música. Se o disco fosse muito voltado à pista, talvez teríamos segurado mais tempo; mas ele não é um álbum exclusivamente para dançar. Então decidimos lançar, porque sabíamos que nossos fãs iam gostar de ter essas músicas para acompanhá-los nesse momento."

A pandemia de coronavírus também impactou decisivamente as ações de divulgação do novo registro. "Tínhamos shows marcados ou em negociação na Ásia: a Ásia foi a última região que visitamos na turnê do Dark Tales, mas foi tão legal, fomos tão bem recebidos, que tínhamos decidido começar por lá dessa vez", diz Daniel. "Claro, tivemos que cancelar tudo, e não temos previsão de quando poderemos retornar para a estrada." Uma alternativa encontrada pela dupla foi fazer uma "listening party", evento em que os artistas convidam fãs selecionados para serem os primeiros a ouvir um novo material - com a diferença de que o evento aconteceu pelo Zoom.

"Reunimos 100 fãs para ouvir as músicas e conversar", conta Daniel. "Já tínhamos feito lives, mas uma live é bem unilateral, né? Não tem essa interação. No Zoom foi muito legal, ver as pessoas pela câmera, conversar com elas e tudo mais." Parte dessa reação dos fãs, aliás, já havia sido testada antes mesmo da estreia oficial; já que algumas faixas de Elements já haviam sido lançadas, como singles ou dentro dos EPs.

"Por mais que hoje em dia, por meio das redes sociais, o fã consiga chegar direto na gente, o nosso principal feedback ainda são os shows", Daniel explica. "Enquanto críavamos o Elements, fomos tocando as faixas já lançadas nas pistas mais diversas; desde clubes pequenos lá do outro lado do mundo até um festival gigante como o Lollapalooza, em São Paulo. A melhor maneira, para a gente, de 'testar' uma música, é sentir a reação das pessoas quando apresentamos a música ao vivo."

Esse tipo de teste, é claro, ainda vai demorar para voltar a acontecer. "Por enquanto estamos bem no mundo virtual", afirma Leo. "Quando as coisas voltarem ao normal vamos fazer nossos shows no 'mundo real' - e aí vai ser bem voltado ao Elements, bem diferente dos shows que estávamos fazendo antes do lançamento."

Como tantos outros artistas, o Elekfantz também está aproveitando a pausa forçada nas turnês para continuar musicalmente criativo - mesmo que em casa. "Nós estamos acostumados a viajar praticamente toda semana, então nosso estilo de vida diário mudou radicalmente desde o começo da pandemia", relata Daniel. "Então começamos a compor de novo. É o que podemos fazer para aproveitar esse tempo, né? Estamos pesquisando, aprendendo, criando... Então achamos que um terceiro disco está nascendo daí."

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