Disney apresenta suas armas para a guerra dos streamings em convenção nos EUA

27.08.2019 | 13h30 - Atualizada em: 27.08.2019 | 13h55
Anna Rios
Por Anna Rios
'Star Wars, episódio 3: a vingança do Sith'

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Novidades incluem Marvel, saga "Star Wars", Pixar e até High School Musical

Por GaúchaZH

A Disney não poupou munição ao apresentar os detalhes das suas séries originais para o Disney+, seu serviço de streaming que estreia em 12 de novembro nos Estados Unidos - a América Latina só terá acesso em 2020, mas o estúdio garante que já sairá com produções locais.

O estúdio mostrou, na última sexta-feira (23), no centro de convenções de Anaheim, uma longa lista de superproduções originais da Marvel, do universo "Star Wars", Pixar e até de animações refeitas em live-action.

"Queremos atingir consumidores de todas as idades com conteúdo de grande qualidade", disse Kevin Mayer, executivo responsável pela divisão do estúdio que lida com o Disney+. Sendo assim, a primeira série apresentada foi uma sequência da série "Lizzie McGuire", que revelou a cantora pop e atriz Hilary Duff. A própria Hilary retorna para o papel, agora com a personagem com 30 anos e com a "vida dos sonhos" em Nova York.

Também para o público adolescente, o serviço de streaming trará "High School Musical - The Musical: A Série". É uma espécie de remake metalinguístico do famoso programa teen, mas sobre jovens estudantes encenando o musical na escola onde a série se passava originalmente.

Do lado da Pixar, o estúdio apresentou "Forky Asks a Question" ("Garfinho Faz uma Pergunta"), uma coleção de curtas animados estrelados pelo personagem de "Toy Story 4". Já "Monsters At Work" é uma série derivada de "Monstros S.A." (2001) sobre um monstro tentando encontrar um emprego num mundo que só se interessa por risadas.

O presidente da Marvel, Kevin Feige, foi ovacionado pelos milhares de fãs presentes ao maior auditório do centro de convenções. E ele serviu como principal garoto-propaganda do Disney Plus. Não apenas por fazer menções diretas às assinaturas do serviço de streaming, oferecidos com desconto para os presentes, mas por desfilar o poderio dos seus heróis como as grandes estrelas da empresa.

A começar por "Vingadores: Ultimato", maior bilheteria da história do cinema, que ganhou data no serviço norte-americano: 11 de dezembro.

Mas foram as novas séries originais da Marvel que roubaram a cena. "What If..." é uma animação que imagina "o que aconteceria" com heróis Marvel em situações alternativas, como a existência de um Capitão América zumbi ou do Pantera Negra virando o líder dos "Guardiões da Galáxia".

"Loki" é uma sequência direta de "Ultimato" com o roteirista Michael Waldron mostrando o que aconteceu com o Deus da Trapaça vivido por Tom Hiddleston ao tomar posse do cubo cósmico.

Feige mostrou, então, as primeiras imagens de "WandaVision", protagonizada pelo casal de heróis Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany). A série parece uma mistura esquisita de sitcom de casal com os jogos mentais de "Legion".

A única novidade de "O Falcão e o Soldado Invernal" foi o anúncio de um novo personagem, John Walker (Wyatt Russell), conhecido supervilão do Capitão América nos quadrinhos, e a confirmação da volta de Sharon Carter (Emily VanCamp).

No fim da apresentação, Feige ainda revelou que a Marvel está desenvolvendo três novas séries para o Disney Plus: "Ms. Marvel", sobre a heroína de família paquistanesa que virou sensação nos quadrinhos; "Cavaleiro da Lua", uma espécie de Batman de múltiplas personalidades da Marvel; e "Mulher-Hulk", a prima poderosa de Bruce Banner, a advogada Jennifer Walters.

Esses episódios vão cruzar com os filmes do MCU de uma maneira importante. É uma nova forma de narrativa que podemos explorar e brincar", finalizou o executivo.

A fórmula da Disney em transformar os seus clássicos animados em filmes live-action vão pular para o novo serviço de streaming. Já estreia com a versão de "A Dama e o Vagabundo", que usa cães reais (e resgatados por associações de proteção aos animais) com as vozes de estrelas como Justin Theroux e Tessa Thompson.

"Togo" segue a linha melosa tradicional do estúdio trazendo Willem Dafoe em uma história real sobre um cão de trenó, enquanto "Noelle" é uma comédia natalina com Anna Hendricks e Bill Hader no papel dos filhos do Papai Noel que precisam assumir os negócios da família.

O fim do dia foi com outra arma poderosa da Disney: "Star Wars". A presidente da LucasFilm, Kathleen Kennedy, subiu a palco e apresentou as primeiras informações sobre a presença do universo criado por George Lucas no Disney Plus.

"A qualidade é idêntica aos dos filmes e a plataforma nos dará uma maior interação com os fãs. Vamos fazer algo que tocará os corações de quem se importa com o que fazemos", explicou Kennedy, completando que todos os longas da saga estarão disponíveis no serviço de streaming.

A executiva, em seguida, apresentou a série protagonizada pelo anti-herói Cassian Andor (Diego Luna), um dos personagens do filme "Rogue One" (2016). Será uma prequel em dez episódios que começará a ser rodada em Londres no ano que vem.

"Passei dois anos esperando por esse momento. Vamos parecer mais jovens, o que é ótimo", brincou Luna ao lado de Alan Tudyk, que volta ao papel do androide K-2SO.

Kennedy também confirmou oficialmente a série sobre Obi-Wan Kenobi, o mestre Jedi vivido por Alec Guinness em "Guerra nas Estrelas" (1977) e por Ewan McGregor na segunda trilogia "Star Wars". O personagem seria a estrela de um filme para cinema, mas o fracasso do longa "Solo" fez o estúdio mudar de ideia e transferir o projeto para o streaming, em formato serializado.

"Todo mundo me perguntava se eu viveria Obi-Wan novamente. Agora posso finalmente dizer: sim", gritou McGregor para deleite dos fãs. Mestre de Luke Skywalker (Mark Hamill), Kenobi é um dos personagens mais queridos e misteriosos da saga espacial, mas nenhum detalhe sobre a trama foi revelado. "Os roteiros estão todos escritos e começamos a filmar em 2020", resumiu Kathleen Kennedy.

A cereja do bolo foi a apresentação de "The Mandalorian", a primeira série "Star Wars" a abrir o Disney Plus, em novembro. O cineasta e showrunner Jon Favreau ("Homem de Ferro") lançou o trailer e apresentou parte do elenco, como o protagonista Pedro Pascal e Taika Waititi, que também dirigirá um dos oito episódios da temporada.

O personagem do caçador de recompensas (Pascal) é uma "criatura do submundo", de acordo com Favreau, e vive suas aventuras em um período cinco anos após os eventos de "O Retorno de Jedi". "O caos reina, pois não há um governo central", explicou o showrunner. "É como o mundo dos velhos filmes de samurais e caubóis."

Apesar de novos trailers, cinema perde espaço em convenção da Disney

Por GaúchaZH

Depois de anunciar dezenas de séries e programas para o seu novo serviço de streaming, a Disney abriu o segundo dia da D23 Expo, maior convenção temática da empresa no mundo, com uma sensação de freio de mão puxado. Neste sábado (24), foi a vez do estúdio apresentar sua lista de filmes para os cinemas, mas a seleção perdeu muito o brilho em comparação ao dia anterior.

A festa comandada por Alan Horn, presidente dos estúdios Disney, começou de maneira meio esquizofrênica. O executivo falou da aquisição da Fox, citou os filmes "Ford vs. Ferrari", "King's Man: A Origem", "Um Espião Animal" e "Avatar", mas disse que não falaria sobre os lançamentos.

Emendou com "Star Wars: A Ascensão Skywalker", aproveitando a conexão da saga com o estúdio que lançou a trilogia original em 1977. "Compartilhamos o DNA e fico feliz de trazer a saga para sua conclusão épica", discursou Horn, antes de chamar ao palco Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, e J.J. Abrams, diretor do "Episódio 9".

A dupla apresentou um novo trailer do filme. Ele abre com um tributo aos outros capítulos da saga criada por George Lucas, mas depois exibe diversas cenas inéditas.

As que levantaram o público presente ao centro de convenções de Anaheim, na grande Los Angeles, foram o duelo de sabre de luz entre Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver) nos destroços da antiga Estrela da Morte, e outra com a visão da protagonista indo para o lado negro da Força, portando um sabre de luz duplo e vermelho.

Com o elenco do filme quase todo em cima do palco, Abrams apresentou sua nova contratada, a atriz Keri Russell ("The Americans"). Russell explicou que sua personagem, Zorri Bliss, é "uma criminosa e velha amiga de Poe", deixando entender que ela teve algo mais forte com Poe Dameron, personagem de Oscar Isaac. Já Billy Dee Williams, que retorna ao papel de Lando Calrissian, disse que o anti-herói nunca o deixou. "Ficou comigo por 40 anos", disse ele.

Em seguida, foi a vez da Marvel, que normalmente fecha esse tipo de evento. O lugar discreto tem razão. O presidente do estúdio, Kevin Feige, trouxe o diretor Ryan Coogler para anunciar a data de "Pantera Negra 2" para 6 de maio de 2022, além do elenco de "Eternos" - cuja novidade é a presença de Kit Harington como o Cavaleiro Negro, especialidade do ator de "Game of Thrones", pelo visto.

Mas o único filme com cenas inéditas foi "Viúva Negra", que mostra a personagem de Scarlett Johansson em Budapeste lutando com outra espiã russa, vivida pela atriz Florence Pugh. Depois, a heroína, de uniforme branco, invade uma prisão cercada por neve com a ajuda de Pugh e David Harbour ("Stranger Things"). O longa estreia em maio de 2020 e está em filmagem.

Para compensar o pouco tempo dedicado à Marvel e "Star Wars", a Disney investiu nas próprias marcas. Foi o caso de "Jungle Cruise", aventura com The Rock e Emily Blunt baseada na atração dos parques temáticos.

A dupla de protagonistas foi ao palco com direito à réplica do barco percorrendo todo o salão e o lançamento de dois trailers simultâneos: um sob o ponto de vista de The Rock e outro com o ponto de vista de Blunt.

"Malévola 2", "Mulan" e "Cruella" fecharam as adaptações de clássicos animados em versões carne-e-osso. Angelina Jolie ressaltou como "ama a produção" e como "nossas diferenças nos deixam mais fortes", antes de chamar Elle Fanning, Michelle Pfeiffer e Chiwetel Eijofor para seu lado. 

A atriz Liu Yifei, de "Mulan" não compareceu ao evento, provavelmente por causa da controvérsia ao apoiar a polícia de Hong Kong durantes os violentos protestos que ainda castigam o território. De "Cruella", apenas a primeira imagem de Emma Stone como a vilã clássica.

A Pixar não empolgou muito com a fantasia "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", mas a história dos elfos adolescentes que tentam trazer o pai de volta à vida por 24 horas começa a ganhar mais personalidade com novas cenas.

Quem roubou a cena foi "Soul" ("Alma"), próxima animação do diretor Pete Docter ("Up - Altas Aventuras"), que estreia em junho de 2020. O desenho é sobre um professor de música (Jamie Foxx) que tem a chance da vida para tocar em um bar de jazz, mas morre antes de completar seu sonho. Então, uma alma (Tina Fey) precisa ajudá-lo a retornar para a Terra.

"Raya e o Último Dragão" --ao lado de "Mulan"-- mostra a aposta da Disney no mercado chinês. Escrita por Adele Lim e dirigida por Paul Briggs e Dean Wellins, a animação de fantasia é baseada em diversas histórias folclóricas do sudeste asiático e tem a atriz Awkwafina no papel do dragão Sisu. Um pequeno teaser trailer foi exibido, mas a recepção foi morna.

Quem fechou o dia com pompa foi "Frozen 2", apresentada pela diretora Jennifer Lee (também nova chefe criativa da Walt Disney Animation) e o diretor Chris Buck.

A ideia da sequência veio da maior dúvida enfrentada pelos criadores: por que Elsa (voz de Idina Menzel) tem poderes? "Por que ela nasceu assim? Onde seus pais estavam indo quando tudo deu errado? Existe mesmo essa coisa de viveram felizes para sempre?", questionou Buck.

Os cineastas revelaram que a atriz Evan Rachel Wood ("Westworld") fará a voz da Rainha Iduna, mãe de Elsa e Anna (Kristen Bell). Ela aparece em uma cena de flashback cantando para as filhas, ainda pequenas. "Temos a mania de matar os pais", brincou Buck sobre os desenhos Disney. "Dessa vez, vamos trazê-los de volta."

Após anunciar o ator Sterling K. Brown ("This is Us") como o Tenente Mattias, o estúdio exibiu um novo número musical escrito por Kristen Anderson-Lopez e Bobby Lopez e cantado por Menzel. Coroando a apresentação, o elenco subiu ao palco para cantar outra canção ao vivo.

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