Documentário afirma que morte de Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones, não foi acidental

31.07.2019 | 20h40 - Atualizada em: 31.07.2019 | 20h38
Por Marina Martini Lopes
Editora
Brian Jones era guitarrista na primeira formação dos Rolling Stones

BLOG

Mundo Itapema

A nova produção é baseada no livro "Who Killed Christopher Robin?", que investiga a morte do músico

Faz 50 anos que Brian Jones, membro fundador e primeiro guitarrista dos Rolling Stones, foi encontrado morto na piscina de sua casa, em Cotchford Farm, no sul da Inglaterra; apenas três semanas depois de ser demitido da banda - e, até hoje, sua morte é cercada de perguntas não respondidas. Um novo documentário da Netflix, baseado em um livro chamado Who Killed Christopher Robin?, originalmente publicado por Terry Rawlings em 1994, investiga um pouco mais o caso, fornecendo informações no mínimo intrigantes.

Troy Keylock, empresário de Jones na época, deu uma entrevista a Rawlings em 2009, dizendo que o músico foi propositalmente incapacitado na noite de sua morte, 2 de julho de 1969. "Eles fizeram bolos de maconha super fortes naquela noite", afirma. "Por isso estavam todos chapados, nem sabiam que dia era." Por "todos", ele se refere aos hóspedes da casa na ocasião: Frank Thorogood, Anna Wohlin (namorada de Jones) e Janet Lawson (namorada de Keylock). Os registros oficiais não dizem que o próprio Keylock estava presente, mas ele insiste que sim. "É claro que eu estava em Cotchford Farm", insiste. "Eu estava lá, e é por isso que eu sei a verdade."

O livro de Terry Rawlings (o nome da obra é inspirado no personagem humano de Ursinho Pooh, escrito por A.A. Milne, proprietário original da casa onde Jones morreu: o guitarrista era fã do autor) aponta que o principal suspeito da morte era Thorogood, empreiteiro que trabalhava na residência na época (e que teoricamente teria uma disputa financeira com o artista); e indica evidências de que a polícia pode ter sido subornada para ocultar tudo. A filha de Jones, Barbara Marion, deu uma entrevista ao Sky News em junho, afirmando que também acredita que seu pai foi assassinado. "Eu acho que a polícia não investigou a história como deveria", declarou. "Eu adoraria que eles reabrissem o caso e me dessem algumas respostas." Thorogood morreu de câncer em 1993.

Foto: Divulgação

No registro oficial, todos os que prestaram declarações à polícia afirmaram que Jones bebeu álcool naquela noite, e os misturou a comprimidos para dormir - e todos dizem ter deixado a área da piscina e ido para partes separadas da casa logo antes de o músico se afogar, só descobrindo o que aconteceu muitas horas depois. Já Nicholas Fitzgerald, um amigo de Jones, disse que chegou ao local às 23h, cerca de uma hora antes da polícia, e viu "pelo menos três homens e uma mulher" olhando para o corpo flutuando na água. Anna Wohlin, alguns anos depois, chegou a comentar: "Eu não sei se Frank quis matar Brian. Pode ter sido uma brincadeira na piscina que deu errado. Mas eu sempre soube que ele não morreu de morte natural."

Há outros aspectos estranhos. Bob Marshall, chefe da equipe de investigação, por exemplo, disse que havia "seis ou mais" convidados na festa - mas os outros jamais foram identificados. E o médico legista Angus Somerville recebeu cerca de 12 mil libras no dia da morte do ex-Stones, alegadamente de ações - mas o fato, é claro, levantou a suspeita de que ele possa ter sido subornado. "É muito suspeito", comenta o próprio Rawlings. "O timing é perfeito." Keylock, por sua vez, afirma ainda que foi alertado por seu próprio irmão, Frank, um alto funcionário da Scotland Yard, para esquecer o assunto. "Eles tomaram uma decisão: foi morte acidental", ele teria dito.

Um comunicado divulgado pela polícia em maio deste ano diz o seguinte: "De tempos em tempos, ao longo dos últimos 49 anos, a Polícia de Sussex tem recebido mensagens e denúncias de jornalistas e outros indivíduos sobre a morte de Brian Jones. Cada um é analisado de acordo com seus méritos, e revisto quando considerado apropriado. A morte foi investigada em 1969, e reinvestigada duas vezes, em 1984 e 1994. Desde 2010, a polícia não recebe nenhuma informação nova. Não há nenhuma evidência de que a conclusão original, de 'morte por acidente', esteja incorreta. O caso não foi reaberto, e não há planos de fazer isso."

A data de estreia do documentário ainda não foi divulgada.

Matérias Relacionadas