Em nova série, Jennifer Aniston explora o mundo das notícias na TV após o #MeToo

18.10.2019 | 22h40 - Atualizada em: 18.10.2019 | 22h38
Anna Rios
Por Anna Rios
Jennifer Aniston é uma apresentadora de TV na série "The Morning Show", do serviço de streaming da Apple

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Produção do streaming da Apple, "The Morning Show" tem como premissa casos de assédio envolvendo apresentadores

Por GaúchaZH

Quando Jennifer Aniston acertou sua participação em uma série para o novo serviço de streaming da Apple, retratando o cruel mundo dos telejornais matutinos, a trama parecia bastante simples... até que explodiu o movimento #MeToo.

Aniston, que se prepara para seu retorno à televisão após Friends, acompanhou, ao lado do restante dos Estados Unidos, as demissões de apresentadores como Matt Lauerl, da NBC, e Charlie Rose, da CBS, após acusações de assédio sexual.

— Quando aconteceu o #MeToo, obviamente a conversa mudou drasticamente e o que fizemos foi incorporar isso à trama — afirma a atriz, que protagoniza The Morning Show ao lado de Reese Witherspoon.

As duas também são produtoras da série, que estreia no dia 1º de novembro, mesma data de lançamento do serviço Apple TV+.

— Começamos a pensar como seria o tom, queríamos que fosse cru, honesto, vulnerável, confuso, não preto e branco — disse Aniston em uma entrevista coletiva em Los Angeles.

O resultado é um olhar tenso, irônico e, às vezes, surpreendentemente sombrio dos bastidores de um noticiário fictício das manhãs em Nova York.

Bastidores

A série começa de forma bastante similar à demissão de Lauer na vida real, com a personagem de Aniston anunciando no ar a saída de seu coapresentador masculino, interpretado por Steve Carell, após diversas acusações anônimas.

Neste momento começa a batalha sobre quem será o substituto, com perguntas sobre o quanto a equipe de jornalistas e executivos, todos muito ambiciosos, sabia sobre as ações do colega.

Além de atuarem em "The Morning Show", Reese Whisterspoon e Jennifer Aniston também são produtoras da sérieFoto: Divulgação

— É realmente sobre como as pessoas mentem para si mesmas — afirmou a roteirista produtora da série, Kerry Ehrin, que descreveu as personagens como "pessoas sombrias, perturbadas".  — É impossível falar dos jornais matutinos e não abordar o #MeToo, seria algo negligente — completou.

Aniston interpreta uma mulher que descreve como quase um "arquétipo de Diane Sawyer", apresentadora que é um símbolo do canal ABC, e que precisa enfrentar uma repórter obcecada interpretada por Witherspoon. As duas atrizes se encontraram com diversos apresentadores de verdade, homens e mulheres, incluindo Sawyer, Katie Couric, Gayle King, Robin Roberts e Meredith Vieira.

A série é baseada no livro Top of the Morning, de 2013, escrito por Brian Stelter, ex-crítico de TV do New York Times, que está atualizando a obra para abordar também os acontecimentos após o movimento #MeToo. Os criadores da série insistem que o programa, que satiriza as emissoras tradicionais, não está baseado em fatos concretos da vida real.

Michael Ellenberg, produtor executivo de três programas da Apple, incluindo The Morning Show, disse que a série "está olhando para a era da transmissão, enquanto ajuda a lançar um novo serviço de streaming".

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