Festival Woodstock 50 está oficialmente cancelado, diz revista

03.08.2019 | 13h15
Por Anna Rios
Casal durante o Woodstock, festival de música realizado em uma fazenda na cidade de Bethel, no estado de Nova York (EUA), em 1969

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Evento comemorativo, que aconteceria este mês, enfrentava problemas financeiros e de autorização

Por GaúchaZH

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A edição comemorativa dos 50 anos do lendário festival Woodstock foi oficialmente cancelada. Segundo uma publicação da revista americana Variety, investidores e prestadores de serviço foram informados nesta quarta (31) de que o evento não vai acontecer.

O Woodstock 50, como estava sendo chamado, enfrenta problemas financeiros e de autorização há meses, e mesmo assim estava marcado para os próximos 16 e 18 --datas das comemorações das cinco décadas do Woodstock original.

A notícia vem logo depois que uma das headliners, Miley Cyrus, anunciou que não iria se apresentar no festival. Antes dela, outros artistas haviam cancelado seus shows, entre eles o rapper Jay-Z e o cantor John Fogerty (do Creedence Clearwater Revival), além de Dead & Company, Carlos Santana, Lumineers, Raconteurs e Joe McDonald.

"Estamos tristes que uma série de obstáculos não previstos tornaram impossível a realização de um festival que imaginamos, com o grande line-up que escalamos, e o engajamento social que antecipamos", disse a organização em um comunicado divulgado pelo site Pitchfork.

A princípio, o Woodstock 50 aconteceria na pista de corrida de Watkins Glen, no norte do estado de Nova York, mas o local desistiu do projeto em junho. Em seguida, os organizadores tentaram obter autorizações para Vernon, em Nova York, mas em vão.

O último local proposto foi o Merriweather Post Pavilion, um pequeno anfiteatro de Columbia, no estado de Maryland.

Com a mudança, o evento passaria de 100 mil pessoas, a previsão de público inicial, para 20.000 (na sexta-feira) ou 32.000 (no domingo). Isso porque a banda de rock Smashing Pumpkins já tem show solo marcado no mesmo local, no sábado, 17 de agosto.

No final de abril, o principal parceiro financeiro abandonou o projeto e declarou a morte do evento. O Woodstock 50 mais tarde obteve uma vitória parcial na justiça, quando um tribunal estadual decidiu que o investidor --uma unidade da gigante da publicidade japonesa Dentsu-- não tinha o direito de cancelar o evento unilateralmente.

Àquela altura, o festival estava em sérias dificuldades financeiras e havia perdido parceiros vitais como a conhecida produtora musical Superfly. Em junho, perdeu seu espaço no autódromo de Watkins Glen, no estado de Nova York, por não ter realizado um pagamento de US$ 150 mil.

O Woodstock 50 contaria com cerca de 80 artistas na escalação, sendo que a maioria deles já chegou a receber cachês integrais. Documentos judiciais apontam que os valores envolvidos são de US$ 32 milhões, mas os contratos dos artistas estavam vinculados ao uso de Watkins Glen como local, e eles tinham o direito de se recusar a tocar em outro lugar.

Entre os organizadores do evento comemorativo estava Michael Lang, que promoveu o festival de Woodstock original, em 1969. Nenhum ingresso chegou a ser vendido.

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