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"The Morning Show", seriado com Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, é o carro-chefe da nova plataforma
Mais um serviço de streaming chega ao mercado para, literalmente, tentar morder a maçã de plataformas já consolidadas no mercado, como Netflix e Amazon Prime Video. A gigante Apple lança o Apple TV+, que já chega recheado de séries com elenco hollywoodiano e apostando em bandeiras como o feminismo.
No Brasil, o serviço custa R$ 9,90 e permite o compartilhamento com até seis pessoas. A plataforma não é restrita somente para os detentores de Iphones ou Macs. Quem não é cliente da Apple precisará acessar o site para aderir ao streaming — a única desvantagem é que não poderá baixar o aplicativo no smartphone. Nas smart TVs, em um primeiro momento, a ferramenta estará liberada para aparelhos da Samsung.
O carro-chefe da Apple TV+ é The Morning Show, já disponível na plataforma para assinantes. Com Reese Witherspoon (Big Little Lies), Jennifer Aniston (Friends) e Steve Carrell (The Office), o seriado tem como pano de fundo a rotina de um telejornal matutino, mas seu objetivo maior é mostrar casos de abusos e assédio sexual no ambiente de trabalho.
Na trama, Alex Levy (Jennifer Aniston) é uma âncora das antigas de um telejornal que divide a bancada com seu colega famoso Mitch Kessler (Steve Carell). Ele é demitido da emissora após denúncias de má conduta sexual. Já Reese Witherspoon interpreta Bradley Jackson, que vê sua vida mudar ao ser promovida para a cadeira desocupada do noticiário.
Embora os criadores da série defendam, com unhas e dentes, que The Morning Show é uma obra de ficção, é praticamente impossível desassociar a produção de fatos reais.
A primeira imagem do trailer mostra Alex ancorando o programa sozinha e fazendo uma revelação, ao vivo, sobre o motivo da demissão do seu colega de trabalho. A cena é praticamente um review do caso Matt Lauer, jornalista do canal NBC, demitido em 2017 após denúncias de assédio sexual. Seu desligamento foi anunciado em rede nacional pelas também apresentadoras do Today Show, Savannah Guthrie e Hoda Kotb.
A partir da revelação, a apresentadora precisará sobreviver à ira dos chefões da emissora onde trabalha, que tentam, a qualquer custo, tirar a jornalista do cargo por considerá-la já ultrapassada — aqui, mais uma alfinetada sobre a dominância masculina nos ambientes de trabalho. A vida de Alex também irá cruzar com a de Bradley, repórter obcecada por trabalho que é colocada na coapresentação do telejornal. De possíveis concorrentes, as duas acabam se tornando grandes aliadas na luta pelo espaço feminino.
Inicialmente, The Morning Show iria apenas explorar o mundo das notícias da televisão. Porém, a série teve que ser praticamente reescrita do zero após Matt Lauer ser demitido da NBC. O seriado acabou surfando na onda do #MeToo, movimento mundial que ganhou força em 2017 contra o assédio e contra agressões sexuais no ambiente de trabalho. O movimento acabou encorajando mulheres a fazer revelações de casos antigos e atuais de má conduta sexual de colegas, explodindo até no cinema hollywoodiano.
— Você tem que fazer as pessoas pensarem que não é mais uma escolha. Este é realmente o novo normal, como deveria ser. E acho que vai ficar cada vez melhor. Nossa série tem seis produtoras. Como uma mulher que está nesse negócio há 30 anos, tem sido ótimo e difícil. E agora aqui estamos — relevou Jennifer Aniston, em entrevista ao site Variety. Ela e Reese são duas das seis produtoras do seriado.
A atriz retorna ao mundo da televisão após ser eternizada no papel de Rachel em Friends. Segundo ela, sua volta aos seriados foi motivada pelas grandiosas produções que estão surgindo nos serviços de streaming.
— Eu comecei a pensar: "Uau, isso é melhor do que o filme que eu acabei de fazer" — disse ao portal norte-americano.
The Morning Show já possui duas temporadas encomendadas. Os primeiros episódios já estarão disponíveis nesta sexta, juntamente com outras apostas da Apple TV+. Confira as principais:
See
O ator Jason Momoa, conhecido por interpretar o Aquaman e viver Khal Drogo em Game of Thrones, é um líder cego em See. O seriado se passa 600 anos no futuro, após um vírus dizimar a humanidade e deixar a população restante cega. Ao perder o sentido da visão, os humanos precisam se adaptar e encontrar novas maneiras de sobreviver - quase ao estilo Ensaio Sobre a Cegueira, livro de José Saramago que também virou filme.
Dickinson
A produção conta a história de Emily Dickinson (Hailee Steinfeld), poeta americana do século IX e sua luta por espaço em um setor controlado por homens. A criadora da série é Alena Smith, conhecida por The Affair. Assim como The Morning Show, Dickinson também possui uma temática feminista.
For All Mankind
Joel Kinnaman (Esquadrão Suicida) interpreta um astronauta da NASA em For All Mankind. O seriado se passa em um mundo onde a corrida espacial dos anos 60 nunca terminou e continua a ser a base das esperanças e dos sonhos dos americanos. Entre os três seriados anteriores, For All Mankind foi o que recebeu as melhores críticas da imprensa norte-americana antes mesmo de sua estreia.
Oprah
Oprah Winfrey entra em uma jornada literária conversando com autores aclamados no mundo e constrói uma animada comunidade global de leitores, além de se dedicar a outros projetos para se conectar a pessoas no mundo todo e compartilhar formas relevantes de criar mudanças positivas.
A Apple TV+ promete adicionar ao aplicativo pelo menos uma produção original por mês. Confira as já confirmadas, mas ainda sem data de estreia:
Por GaúchaZH