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Autor da saga declarou que o término da série foi "libertador" para a escrita dos romances
Por GaúchaZH
Autor da saga As Crônicas de Gelo e Fogo, que inspirou Game of Thrones, o escritor George R. R. Martin declarou ao jornal The Observer que o desfecho da série da HBO não afetará o processo de escrita dos dois romances nos quais ele atualmente trabalha: ainda precisa finalizar o sexto volume da saga, The Winds of Winter ("Os ventos do inverno", em tradução literal), e ainda escreverá A Dream of Spring ("Um sonho de primavera"), o sétimo.
— Não muda nada, de forma alguma — afirmou, na entrevista publicada neste domingo (18). — Como diz Rick Nelson em Garden Party, uma de minhas canções preferidas, não dá para agradar todo mundo, então você tem de agradar a si mesmo.
Martin admitiu que o término da série aliviou a pressão que sofria para escrever:
— Não acho que foi muito bom para mim, porque o que deveria ter me acelerado na verdade me atrasou. Todo dia eu sentava para escrever e, mesmo que tivesse um bom dia — e um bom dia, para mim, é três ou quatro páginas —, eu me sentia mal porque pensava: "Meu Deus, tenho que terminar o livro. Escrevi apenas quatro páginas quando deveria ter escrito 40". Mas o término da série é libertador, porque estou no meu próprio ritmo agora. Tenho dias bons e ruins, e o estresse é bem menor, embora ainda esteja lá.
Na entrevista, concedida à jornalista Sarah Hughes, o escritor também revelou por que deixou de acompanhar a repercussão de Game of Thrones na internet:
— No início, eu estava muito lisonjeado. Entrava em fóruns e pensava: "Ah, isso é legal, eles estão realmente empolgados". Mas depois eu comecei a pensar: "Não, eu deveria ficar longe disso. Não gosto do fato de que algumas pessoas descobriram coisas que são corretas e não gosto do fato de que outros descobriram coisas que são equivocadas, mas isso poderia me influenciar também". Então, me afastei de tudo isso e deixei os fãs terem suas teorias, algumas das quais são corretas e algumas das quais são equivocadas. Eles descobrirão quando eu terminar.
Se a fama tem seus privilégios, Martin sente falta, por outro lado, do tempo em que podia frequentar uma livraria sossegado:
— Sinceramente, eu sinto falta (de antigamente). Quero dizer, não posso mais ir a uma livraria, e isso costumava ser minha coisa preferida no mundo. Ir e andar de prateleira em prateleira, pegar alguns livros, ler um pouco, sair com uma grande pilha de coisas das quais nunca tinha ouvido falar quando entrei. Agora, quando eu vou a uma livraria, sou reconhecido em 10 minutos e logo há uma multidão ao meu redor. Então, você ganha muito, mas também perde coisas.