Sucesso internacional e no Brasil, prêmios Grammy e lenda da bossa nova; relembre a carreira de João Gilberto

07.07.2019 | 12h35 - Atualizada em: 07.07.2019 | 12h33
Marina Martini Lopes
Por Marina Martini Lopes
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O músico João Gilberto; que morreu neste sábado (6)

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Músico morreu neste sábado, aos 88 anos

por GaúchaZH

Se a bossa nova é um dos símbolos da cultura brasileira - principalmente no exterior -, o grande responsável por isso é o músico João Gilberto. Morto neste sábado (6), enquanto fazia exames, aos 88 anos, o cantor, compositor e violonista baiano ajudou a conceber e foi responsável pelos pilares do gênero musical que revolucionou a cultura nacional entre as décadas de 1950 e 1960.

Nascido em Juazeiro, na Bahia, em 1931, João Gilberto estreou em disco em 1959, com Chega de Saudade, que traz a composição homônima, de Tom Jobim (1927-1994) e Vinicius de Moraes, que havia sido gravada por Elizeth Cardoso em 1958. Junto aos álbuns seguintes, O Amor, o Sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961), o disco ajudou a criar, popularizar a internacionalizar a bossa nova.

Nos anos seguintes, o músico seria reconhecido internacionalmente e se tornaria uma estrela, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Em 1962, já se apresentava no Carnegie Hall, em Nova York, em evento patrocinado pelo Itamaraty para disseminar a bossa nova internacionalmente. No ano seguinte, lançaria Getz/Gilberto, ao lado do saxofonista norte-americana Stan Getz. O lançamento foi um sucesso, rendendo quatro troféus no Grammy do ano seguinte, incluindo Álbum do Ano. A gravação de The Girl From Ipanema, com vocais de Astrud Gilberto, torna-se um dos hits do ano. Até hoje, é considerada a música brasileira mais conhecida no mundo.

Nos anos seguintes, devido ao grande sucesso, João Gilberto se apresentou nos Estados Unidos e na Europa, principalmente na Itália e na Alemanha. No Brasil, era tratado como estrela internacional em programas de TV como O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina. Começa a se relacionar com novos nomes da música nacional à época, como Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Em 1973, lança seu conhecido Álbum Branco - oficialmente intitulado João Gilberto -, que reforça o protagonismo do violão e da voz do artista em suas músicas. Com Amoroso (1977), volta a ser indicado ao Grammy na categoria Melhor Performance Vocal de Jazz. No final da década, o músico volta a viver definitivamente no Brasil, o que rende especiais para a TV e o disco Brasil, com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, que o tratam como espécie de guru.

Em 1992, já com a produção em discos mais tímida, reencontra-se com Tom Jobim em dois shows patrocinados pela cerveja Brahma. Em 2000, lançaria João Voz e Violão, que mostra composições e interpretações suas em formato ainda mais cru do que os registros anteriores.

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