"The Crown": homem na Lua, desastre ambiental e polêmicas na realeza na terceira temporada

14.11.2019 | 14h45 - Atualizada em: 15.11.2019 | 15h42
Por Anna Rios
Rainha Elizabeth II (Olivia Colman) se chama de velha no primeiro episódio da nova temporada

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Com elenco mais velho e a oscarizada Olivia Colman no papel de Rainha Elizabeth II, novo ano do seriado estreia na Netflix neste domingo (17)

O cenário é o mesmo. As polêmicas e a riqueza, também. Já a época e os rostos são bem diferentes. Após dois anos de espera, a terceira temporada de The Crown estreia neste domingo (17) na Netflix em uma nova fase, com outros atores nos papéis principais para mostrar que até a família real envelhece.

A vencedora do Oscar Olivia Colman (levou este ano a estatueta de melhor atriz por A Favorita) assume o papel da Rainha Elizabeth II, ocupado nas últimas duas temporadas pela também premiada Claire Foy  (um Globo de Ouro e um Emmy com The Crown). No primeiro episódio, somos apresentados a uma soberana que consegue interpretar de forma muito semelhante os trejeitos e modo de fala da "primeira rainha" do seriado. 

Para que a mudança seja familiarizada, dois retratos são colocados lado a lado na tela. Na frente, e de costas para o telespectador, está a rainha vivida por Colman que, ao olhar as fotos, se chama de... velha.

Apesar de focar nas polêmicas e nas fraquezas dos membros da família real (assim como os primeiros anos da série), a terceira temporada de The Crown também passa por grandes acontecimentos históricos do período, como a chegada do homem na Lua e o desastre de Aberfan (ATENÇÃO PARA SPOILERS ABAIXO).

As frustrações pessoais

The Crown começa sua terceira temporada em 1964 e vai até pouco mais da metade dos anos 1970, um período marcado pela Guerra Fria que dividiu o mundo. Uma linha comum segue os 10 episódios, que é certa frustração pessoal da soberana, acompanhada de dúvidas sobre o reinado.

Agora interpretada por Helena Bonham Carter, a princesa Margaret segue sendo a rebelde da família, mas sua popularidade com os simpatizantes da coroa acende uma inveja velada em Elizabeth. Helena abraçou o papel de Margaret com fidelidade e, se realmente a atriz recebeu mensagens mediúnicas da princesa, acredito que a comunicação do além fez efeito. Apesar de seu jeito despojado virar tendência mundial, ao mesmo tempo acompanhamos a fragilidade de Margaret com o início do seu divórcio com o fotógrafo e lorde Snowdon (Ben Daniels).

Foto; Divulgação

Matt Smith passa o bastão para Tobias Menzies (o Edmure Tully, de Game of Thrones), que interpreta um Philip bem diferente da segunda temporada do seriado, marcada por uma crise em seu casamento com a rainha. O duque de Edimburgo deixa de lado a juventude e passa a ser uma figura mais companheira de Elizabeth. Ele também protagoniza um momento de crise psicológica, quando questiona seu papel no mundo ao acompanhar a chegada do homem à Lua em 1969 — o único acontecimento que consegue reunir toda a realeza na terceira temporada.

Foto; Divulgação

A grande polêmica da temporada

A rainha também tem seu momento de questionamentos, quando viaja com seu gerente de corrida de cavalos, lorde Porchester (vivido por John Hollingworth), para estudar técnicas de hipismo nos Estados Unidos e na França. Enquanto um possível golpe no governo era arquitetado em Londres, Elizabeth II entra em uma espécie de bolha para imaginar uma vida que nunca teve. 

A viagem também revela um possível crush entre a rainha e o gerente, chamado carinhosamente por ela de Porchie. The Crown não crava que o romance aconteceu, apenas mostra, de uma forma muito sutil e com diálogos bem colocados, uma relação afetuosa entre os dois — o suficiente para levantar a grande polêmica da temporada. 

Foto; Divulgação

O ex-secretário de imprensa da rainha Elizabeth, Dickie Arbiter, chegou a procurar o jornal The Sunday Times para dizer que a série sugere algo "deselegante e totalmente infundado". 

— A rainha é a última pessoa no mundo que sequer consideraria olhar para outro homem — disse Arbiter.

Prepare-se para ver o episódio mais triste de toda a série

Se eu fosse escolher um episódio para rever na terceira temporada de The Crown, seria o de número 3. É o que mais chama atenção e também o mais triste de toda a série. Aberfan mostra o rompimento de uma mina de carvão na vila galesa de Aberfan, em 21 de outubro de 1966. O desastre matou 144 pessoas — dessas, 116 eram crianças que estavam na Escola Primária Pantglas no momento do desabamento. 

Foto; Divulgação

Os acontecimentos são contados de forma cronológica e, a todo momento, várias pessoas, inclusive o primeiro-ministro Harold Wilson (Jason Watkins), tentam convencer a rainha a visitar a vila. Na série, a soberana do Reino Unido demonstra certo desconhecimento sobre o tamanho da tragédia. Já na vida real, segundo próximos da coroa, as dúvidas sobre ir ou não a Aberfan ainda geram arrependimentos em Elizabeth II.

A rainha chorou. Eu chorei. Você vai chorar. 

E a quarta temporada?

As gravações da quarta temporada de The Crown foram finalizadas junto com a terceira, portanto, dessa vez, tudo indica que não vamos ter que esperar mais dois anos para assistir a episódios novos. Porém, a data de estreia ainda não foi divulgada pela Netflix. A grande novidade da próxima temporada será a aparição de princesa Diana, um dos mais célebres rostos da realeza britânica, que será interpretada pela atriz Emma Corrin, de apenas 23 anos. 

Por GaúchaZH

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