O Museu Victor Meirelles (Ibram/Minc) inaugura, às 19h do dia 23 de julho (quarta-feira), a exposição Territórios da Memória. Com curadoria de Silvana Macêdo, a mostra reúne trabalhos de artistas do Grupo de Estudos Ramas Poéticas, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). As obras apresentam narrativas autobiográficas que abordam questões de gênero, étnico-raciais, sexualidade, classe, migrações e regionalidade a partir de perspectivas situadas no Sul Global.
A partir de linguagens variadas — como pintura, escultura, fotografia, bordado, vídeo e instalação — os trabalhos refletem sobre as marcas dos lugares de origem de cada artista dentro do território Ladino Amefricano – desde Cuba ao Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Segundo a curadora, “os territórios da memória são concebidos como espaços tanto internos como externos e intimamente entrelaçados, pois as experiências vividas se dão em contextos geopolíticos e sociais específicos”.
O projeto foi escolhido por comissão julgadora em convocatória para exposições temporárias, que considerou critérios como originalidade, qualidade técnica, adequação ao público infantil, abordagem dos temas de gênero ou etnia e a promoção de interatividade e de acessibilidade. A visitação é gratuita e vai ocorrer de terça a sexta-feira, das 10 às 18h, e aos sábados, das 10 às 15h, exceto feriados, até 20 de setembro de 2025. A classificação indicativa é livre.
Artistas participantes
Ramas Poéticas
O coletivo Ramas Poéticas é vinculado ao programa de pós-graduação em Poéticas Visuais da UDESC, sob orientação da professora doutora Silvana Macêdo. Reúne artistas de diversas partes do território Ladino Amefricano, desde Cuba ao Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do Brasil. As ações têm centrado atividades artísticas, culturais e educacionais relacionadas ao campo da arte contemporânea em linguagens como a fotografia, vídeo, pintura, instalação e escultura e outras.
ciber_org investiga a construção da identidade no século XXI, operando triangulações imagético-conceituais que enviesam, borram e suspendem as fronteiras entre real e virtual, online e offline, homem e mulher, humano e máquina. Enquanto artista transmídia, apresenta obras em diversas linguagens, como vídeo arte, instalação, realidade aumentada, escultura, e performance conectada à internet.
Dalva França de Assis é mulher preta e periférica, nascida em Mauá, SP. Artista urbana, professora, mestre em Artes Visuais na linha de Processos Artísticos Contemporâneos pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UDESC e doutoranda na mesma linha de ensino. Pesquisa sobre racismo estrutural e cura das feridas coloniais na sociedade afrodescendente.
Damiana Bregalda é artista, curadora, antropóloga e pesquisadora. Pós-doutoranda em Artes Visuais na Universidade do Estado de Santa Catarina, doutora em Artes pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Antropologia Social e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desenvolve trabalhos nas linguagens da performance, fotografia, foto e vídeo-performance, destacando-se a relação entre corpo, território, tempo e palavra.
Eva Lacerda é pesquisadora, artista visual e professora. Graduada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) – 2016, é mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE) da UEM (2018). Doutoranda em Processos Artísticos Contemporâneos pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UDESC e professora no curso de Artes Visuais da UEM. Ganhadora do Prêmio Aniceto Matti 2019 e 2021 e do Salão Levino Fanzeres (2022).
Geórgia Mendes é cearense, artista visual e mestre em Artes Visuais pela linha de Processos Artísticos Contemporâneos do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UDESC. Sua pesquisa artística se concentra nas interseções entre arte e feminismo, com foco nas contribuições de artistas visuais nordestinas. Através da prática poética, explora questões autobiogeográficas, estabelecendo conexões com o lugar e com outras artistas.
Isabela Picheth é artista visual, professora e pesquisadora. Vem pesquisando o corpo dentro do recorte escultórico, produzindo peças a partir do molde do próprio corpo há 8 anos. É doutoranda em artes visuais pelo PPGAV na UDESC, mestra em artes pela FAP/UNESPAR (2023) e graduada em Superior de Pintura pela EMBAP/UNESPAR (2019). A artista é membro do coletivo de artistas e Ponto de Cultura Grupo Em-cadeia desde 2019.
Kamile Hannah Freire é graduanda em Artes Visuais na Universidade do Estado de Santa Catarina. Transita nos meios das artes e da dança e hoje traz em sua pesquisa questões de negritude, de gênero e autobiográficas conectando sua história de vida com descobertas da história de sua família.
Lívia Auler é artista visual, pesquisadora e doutoranda em Artes Visuais na UDESC. Concluiu o mestrado na linha de História, Teoria e Crítica de Arte pela UFRGS e realizou o bacharelado em Artes Visuais na mesma instituição. Possui também graduação em Comunicação Social – Jornalismo. Desenvolve trabalhos em diferentes linguagens artísticas, entre elas a fotografia, o vídeo e a performance. Suas produções investigam, através de uma perspectiva feminista, questões autobiográficas, genealógicas e de memória.
Mariurka Maturell é artista, curadora, professora e pesquisadora. Pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais no CEART/UDESC (Bolsista FAPESC, 2024- Atual). Possui Pós-doutorado em História no PPGH/UDESC (Bolsista CNPQ, 2023-2024). Formada em História da Arte (2003) pela Universidade de Oriente, Cuba. Mestrado em Estudos Cubanos e do Caribe pela mesma Universidade (2015) e Doutorado em História UFSC (2021). Ganhadora do EDITAL N° 032/2024/CEART Prêmio Acadêmico NUDHA/CEART de diversidades Afro-indígenas 2024.
Matheus Solar é artista multimídia, fotógrafo e pesquisador. Mestre em Arte e Cultura Visual (PPGACV/UFG-2021), é doutorando na linha de pesquisa em Processos Artísticos Contemporâneos do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UDESC. Ao longo de mais de uma década, cultiva investigações em cosmopoéticas — práticas transdisciplinares que entrelaçam arte, autobiografia, cosmologia, ancestralidade e ecologia no intuito de articular modos poéticos e sensíveis de habitar e reimaginar o mundo.
Monique Burigo é artista visual, fotógrafa e educadora. Investiga memória, feminismos e os papéis de gênero através da fotografia, vídeo e performance. É doutoranda em Artes Visuais (UDESC), com período na Università di Bologna (Itália). Faz parte do coletivo Arla (Artistas Latino Americanes) desde 2021.
Silvana Macêdo é artista visual, PhD em Fine Art pela Northumbria University (Reino Unido, 2003) e pós-doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas (PPGLA/UEA, 2023). Pesquisa feminismos contra/anti/de(s)coloniais, e o diálogo entre a arte e ecologia. É professora efetiva do Departamento de Artes Visuais, atuando nas áreas de pintura e multimeios, e no PPGAV/Udesc. Junto com a Profa. Dra. Sandra Favero, coordena o Grupo de Pesquisa Articulações Poéticas (CNPq/UDESC), e o Programa de Extensão Ações Poéticas.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição Territórios da Memória
QUANDO: De 23 de julho a 20 de setembro de 2025
ABERTURA: 23 de julho, quarta-feira, das 19 às 21h
ONDE: Museu Victor Meirelles – Florianópolis, SC
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: Livre (algumas obras contêm nudez)
VISITAÇÃO: Terça a sexta: 10 às 18h / Sábados: 10 às 15h * Exceto feriados
ENTRADA GRATUITA