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Produções mostram diferentes facetas do quarteto britânico e até mesmo histórias fictícias com os fab four
Por GaúchaZH
Os beatlemaníacos têm mais um motivo para reavivar a nostalgia a partir desta semana, já que os cinemas recebem a estreia de Yesterday, longa-metragem que se apropria do universo da banda britânica. Dirigido por Danny Boyle, o filme mostra a história de um músico que, após um acidente, é o único a lembrar dos Beatles e ganha fama ao cantar grandes sucessos deles.
A temática não é novidade nos cinemas. Nas últimas décadas, diferentes produções retrataram diversos pontos de vista e partes das histórias do quarteto formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.
Abaixo, foram reunidos 10 títulos disponíveis no streaming que falam sobre o universo de uma das bandas mais amadas da história do rock mundial.
Com entrevistas e imagens de arquivo raramente vistas, o documentário disponível na Netflix retrata o que foi a beatlemania e como o quarteto ainda representa na cultura pop. A produção começa sua narrativa na Grã-Bretanha e visita diferentes países do mundo, focando no caminho de subversão e contracultura que os Beatles representam.
Comovente sem ser piegas, Nowhere Boy (2010) narra a adolescência de John Lennon. O filme consegue se sustentar não apenas como a biografia de um mito, mas como um eficiente drama familiar. Na Liverpool do final dos anos 1950, John, vivido pelo excelente Aaron Johnson, é um garoto enfezado que faz sucesso com as meninas, mas não tem muita paciência com a escola. Criado pelos tios, John acaba descobrindo que a mãe, Julia, que o abandonou quando ele tinha cinco anos, mora mais perto do que ele imaginava. A curta convivência com a mãe maluquinha, do reencontro até a morte dela, quando Lennon tinha 17 anos, mostra-se decisiva para que o futuro beatle canalize sua rebeldia sem causa para a música – é Julia quem lhe ensina os primeiros acordes e lhe dá de presente a primeira guitarra. O filme registra ainda o histórico primeiro encontro de John com o franzino Paul McCartney, no pátio de uma igreja em que a banda Quarrymen se apresentava, mas termina exatamente quando começa a história da beatlemania: a partida para a primeira turnê em Hamburgo.
Com direção de Ron Howard (de filmes como Uma Mente Brilhante), o documentário foca sobre os anos em que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr rodaram o mundo embalados pela explosão da beatlemania – de 1962, quando lançaram o compacto com Love Me Do, até 29 de agosto de 1966, dia da última apresentação pública do quarteto, em São Francisco. Fã dos Beatles, Howard teve acesso a muitas imagens inéditas para costurar no longa-metragem, combinando trechos e bastidores de shows, a rotina dos rapazes em hotéis, coletivas de imprensa e junto aos fãs e depoimentos atuais de Paul e Ringo e de fãs famosos como Whoopi Goldberg e Elvis Costello.
Emocionante tributo que o diretor Martin Scorsese presta ao guitarrista que fez frente à parceria Lennon/McCartney criando clássicos do porte de While My Guitar Gently Weeps e Something. A produção destaca o papel de Harrison na ascensão dos Beatles, sua insatisfação com o papel secundário no grupo, a exitosa carreira solo iniciada com o álbum duplo All Things Must Past (1970), sua imersão na espiritualidade e a luta contra o câncer que o matou em 2001.
Este é mais um filme sobre a grande tragédia do universo beatle: o assassinato de John Lennon, em 1980. A trama do primeiro longa-metragem de Jeremy Profe é centrada no trabalho da equipe médica que atendeu Lennon naquele 8 de dezembro, após o músico ser baleado em frente ao prédio onde vivia, em Nova York, por um perturbado fã, Mark Chapman. O roteiro é inspirado em depoimentos de médicos, enfermeiros, policiais e outros pacientes do Roosevelt Hospital, onde Lennon foi declarado morto. O crime já foi tema de Capítulo 27(2008), filme centrado na figura de Chapman.
Documentário de Alan G. Parker que lembra os 50 anos da revolucionária obra-prima Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, um dos discos mais importantes de todos os tempos. O filme se concentra nos anos 1966 e 1967, momento de busca espiritual dos fab four, até a concepção do disco.
Ambientada em 1966, Viver é Fácil com os Olhos Fechados (2013) acompanha o professor Antonio (Cámara), que ensina inglês aos seus alunos com músicas do quarteto de Liverpool, em sua jornada impulsiva: ao ver pela TV que John Lennon estará em Almería, na Andaluzia, para rodar um filme, ele decide viajar até lá para conhecer o ídolo. No caminho, Antonio dá carona primeiro a Juanjo (Francesc Colomer), garoto de 16 anos que fugiu de casa depois de se desentender com o pai, e depois a Belén (a bela Natalia), jovem de 21 anos que esconde estar grávida. Juanjo diz preferir os Rolling Stones e a banda The Kinks, Belén não é tão fã assim dos Beatles – mas ambos acabam se deixando contagiar pelo entusiasmo de Antonio e decidem juntar-se ao professor maduro em seu sonho juvenil de encontrar-se com Lennon.
Não se consegue imaginar hoje um artista com cacife para colocar sob ameaça os pilares de um governo, ainda mais um dos graúdos, como o dos Estados Unidos. Quando muito, os que não não têm sua imagem pública ligada a escândalos e modismos comportamentais emprestam carisma e prestígio para reforçar campanhas sociais e chamar a atenção dos fãs para problemas pontuais. Em outros tempos era diferente. John Lennon era um artista diferente. Por isso, o governo de Richard Nixon, nos EUA dos anos 1970 convulsionado pelos protestos contra a Guerra do Vietnã, achou que o então ex-beatle era uma grande ameaça e pôs seus cães guarda em alerta. Essa história está contada no documentário Os Estados Unidos contra John Lennon (2006).
Os primeiros passos dos Beatles são o mote de Backbeat, centrado num quinto elemento do
grupo, Stuart Sutcliffe, que deixou o barco antes de o futuro quarteto conhecer a fama. A história tem foco na luta interior de Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff), o quinto Beatle, que tem um dom de pintar quadros e toca baixo na banda que, posteriormente, viraria febre mundial. Em 1960, na cidade natal da banda, Liverpool, ele e seu amigo John Lennon (Ian Hart) combinam uma viagem para a Alemanha Ocidental, para fazer shows em bares e tentar conseguir algum tipo de reconhecimento. O filme tem parte de sua história rodada em Hamburgo, onde Stu, como é conhecido, conhece a jovem alemã Astrid Kirchherr (Sheryl Lee), por quem se apaixona e é correspondido. Stu então começa a viver um dilema: ou ser pintor e ficar com a sua paixão, a também artista plástica Astrid; ou continuar com a banda, onde é um reconhecido ruim instrumentista, mas tendo a certeza do sucesso que esta irá alcançar.
Tudo Entre Nós (2015) trata-se de uma homenagem a John Lennon & Paul McCartney. O único fato concreto desse filme é uma data - 24 de abril de 1976. O resto é imaginário. Era um sábado quando Paul resolveu fazer um visita surpresa ao seu velho amigo John, em Nova York. A banda e o sonho já haviam acabado. No filme, Aidan Quinn e Jared Harris se vestem de Paul McCartney e John Lennon para tratar de uma provável volta dos Beatles.
“Alguém vai ouvir minha história?”, pergunta a dupla Lennon e McCartney no começo de Girl, música que abre o filme Across the Universe (2007). A diretora americana Julie Taymor resolveu reunir mais de 30 dessas canções no musical, traçando um painel da década de 60 a partir do legado da maior banda de rock da história. Indicado ao Globo de Ouro 2008 de melhor filme musical ou comédia, Across the Universe utiliza o repertório de clássicos dos Beatles como trilha sonora e inspiração para as experiências amorosas e existenciais que um grupo de jovens vai viver no final dos conturbados anos 1960. No centro da história, está Jude (Jim Sturgess, ator parecidíssimo com o jovem Paul McCartney), rapaz que deixa a mãe e o emprego nas docas de Liverpool em busca do pai e de aventuras nos Estados Unidos. Na América, Jude fica amigo de Max (Joe Anderson) e se apaixona pela irmã do novo parceiro, Lucy (Evan Rachel Wood), além de vivenciar as mudanças comportamentais e as agitações políticas e sociais da época.