O senegalês Youssou N'Dour revisita sua história

O mais recente álbum de Youssou N'Dour, "History", primeiro disco do cantor e compositor em quatro anos, evoca sua história como sugere o título. O trabalho revive momentos da carreira do músico e é uma homenagem aos grandes artistas africanos. Aqui, o passado se mistura com o presente sem perder de vista o futuro pela frente.

"History", lançado em maio, revisita os discos de 1970 de Babatunde Olatunji, famoso baterista, percussionista, educador e ativista social nigeriano, falecido em 2003. No disco, Youssou N'Dour também se recorda das fitas cassetes que vendia nas ruas de Dakar nos anos de 1980, faz uma homenagem à África ao reformular 'Birima', com Seinabo Sey, da Suécia, e 'Hello', com a estrela do Congo, Mohombi. 

Tudo isso vem com o aditivo principal, a voz inconfundível de N'Dour - temperada por sua musicalidade única - que faz dele o Rei do Pop Africano.

Youssou N'Dour alcançou uma carreira global, com 35 álbuns lançados e sucessos no topo das paradas ao redor do mundo, mas o músico ainda vê cada projeto como uma chance de explorar diferentes direções. "History" segue este conceito, é um registro equilibrado entre passado e presente, tradição e modernidade, mbalax e pop senegalês.

O destaque do álbum é a homenagem ao lendário Babatunde Olatunji, cuja bateria de paixão inspirou músicos como John Coltrane e Carlos Santana. Youssou queria que as pessoas soubessem sobre Babatunde, o nigeriano que causou um impacto imenso em seu país. No álbum, N'Dour leva Olatunji para o centro das atenções com os covers de “My Child” e “Takuta”, ao apresentar gravações originais com os vocais de Olatunji ao som de novos arranjos. Aos 59 anos, Youssou N'Dour soma 37 anos de carreira com a mesma energia de sempre, produzindo e cantando como poucos, uma força da natureza.