Fim de "Game of Thrones", ascensão de "Fleabag" e mais: os destaques de 2019 nas séries e no streaming

O grande acontecimento da TV em 2019 foi o fim de Game of Thrones. Apesar de ter se despedido sob uma chuva de críticas, o seriado da HBO fica marcado como a grande produção televisiva da década. 

Ao longo de 2019, também fomos apresentados a uma boa safra séries e ao talento de Phoebe Waller-Bridge, que fez história no Emmy Awards, o "Oscar da TV", com sua série Fleabag. Este também será lembrado como o ano em que novos serviços de streaming conquistaram espaço e desafiaram a hegemonia da Netflix. 

Relembramos os principais episódios no universo das séries e das plataformas de streaming disponíveis no Brasil

O fim de GOT 

Oito anos, oito temporadas e 73 episódios. Apesar das críticas nas temporadas finais, Game of Thrones se despediu em 2019 com o título de maior produção da televisão da década. Com cenários deslumbrantes, batalhas sangrentas e mortes inesperadas, o seriado da HBO contou a história do reino fictício de Westeros para além dos livros As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R. Martin. 

Da sexta temporada em diante, Game of Thrones passou a linha do tempo da obra literária e, a partir daí, a maneira como os showrunners D.B. Weiss e David Benioff construíram a trama despertou a ira dos fãs, que alegaram que a série virou “hollywoodiana” demais.

Entre as polêmicas levantadas pelos amantes de GOT, estão a decisão de colocar o personagem de Bran Stark (Isaac Hempstead Wright) sentado no Trono de Ferro e a romantização da relação afetiva-familiar de Jon Snow (Kit Harington) e Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), que culminou no assassinato da rainha dos dragões. Tudo isso foi ao ar no dia 19 de maio deste ano, no último episódio da série. 

A ascensão de Phoebe Waller-Bridge

O mundo conheceu, em 2019, o nome de Phoebe Waller-Bridge. A dramaturga e atriz britânica foi a grande vencedora do 71º Emmy Awards, o Oscar da TV norte-americana, levando quatro troféus para casa e desbancando Game of Thrones, que saiu da cerimônia com apenas dois prêmios. O motivo da sua consagração foi a segunda temporada da série Fleabag, que estreou em maio no catálogo da Amazon Prime Video. 

A trama é baseada em um monólogo interpretado e escrito pela própria Phoebe para o teatro. Tanto sucesso fez na Inglaterra que rapidamente foi adaptado para a televisão, também com ela no papel principal. 

Em setembro, a escritora foi consagrada nas categorias de Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Série - todos na categoria das comédias, uma das mais disputadas do ano. Desde 2008, com Tina Fey e a série 30 Rock, uma artista não ganhava, no mesmo Emmy, as categorias de Atriz e Roteiro em comédia. 

Fleabag não terá terceira temporada, mas certamente em 2020 teremos mais Phoebe no streaming, já que a atriz assinou um contrato milionário com a Amazon para criar outros conteúdos para a plataforma. Além disso, o seriado foi indicado em três categorias no Globo de Ouro, com cerimônia marcada para 5 de janeiro.

A chocante Chernobyl 

Uma produção de apenas cinco capítulos transformou-se em um dos grandes eventos da televisão em 2019, com quatro Emmys na categoria das minisséries. A chocante Chernobyl, da HBO, estreou em maio para contar, nos mínimos detalhes, a história de um dos mais dramáticos desastres nucleares do mundo. 

Parcialmente inspirada nos relatos recolhidos pela ganhadora do Nobel de Literatura Svetlana Alexijevich em seu livro Vozes de Tchernóbil, a minissérie marcou o público por retratar os sofrimentos dos personagens envolvidos na tragédia de 1986, que matou milhares de pessoas ao longo dos anos. 

Foi difícil não se comover com a ameaça invisível da radiação que impedia familiares de beijar e abraçar as pessoas que estavam morrendo ou até mesmo escolher o lugar em que seriam enterradas. 

Concorrência aumenta no streaming 

Mais uma concorrente entrou no mercado dos streamings em 2019: a Apple TV+. A plataforma estreou no Brasil em novembro já com séries originais no catálogo. Apesar de ainda não ter emplacado no país, lá fora o serviço é bem avaliado pelo público e pela crítica. 

Um dos destaques da Apple é a série The Morning Show, com elenco formado pelas estrelas de Hollywood Reese Witherspoon, Jennifer Aniston e Steve Carell. O seriado acompanha a vida de apresentadoras de programas de talk shows para falar sobre abusos sexuais e psicológicos para mulheres no ambiente de trabalho. A série e a atriz Jennifer Aniston apareceram na lista de indicados ao Globo de Ouro de 2020, colocando o novo streaming na reta das premiações televisivas.

Outras séries que se destacaram em 2019 em cada streaming:

Netflix

• Boneca Russa 
• La Casa de Papel
• Sex Education
• Queer Eye

As séries Boneca Russa e Sex Education foram os fenômenos do ano na Netflix. Estrelada e criada por Natasha Lyonne, de Orange Is the New Black, Boneca Russa mostrou uma mulher vivendo um looping mortal ao completar 36 anos, assim como no filme Feitiço do Tempo, porém com um ar mais reflexivo e questionador sobre a vida e a morte. 

Já Sex Education mostrou, de forma divertida, como lidar com o sexo na adolescência através da visão do jovem Otis (Asa Butterfield) e de sua mãe, a terapeuta sexual Jean, brilhantemente interpretada por Gillian Anderson (de Arquivo X). As duas séries garantiram a renovação para a segunda temporada.

Em 2019, também vimos a consolidação de Queer Eye, com uma nova temporada e um especial de quatro episódios no Japão destinados para os Cinco Fabulosos e suas histórias de transformação e quebra de preconceitos. O grupo de oito ladrões liderados pelo Professor (Álvaro Morte) também deu o que falar com a terceira parte do seriado espanhol La Casa de Papel, que também teve confirmados novos episódios em 2020.

Amazon Prime Video

• The Boys
• Modern Love

A Amazon decidiu mordiscar o concorrido filão de adaptações de quadrinhos e, em 2019, estreou The Boys, programa anárquico que lança um olhar ácido sobre o que seriam no mundo real super-heróis com poderes ilimitados tratados como celebridades. A trama foca no confronto entre Os Sete, uma paródia nada exemplar da Liga da Justiça da DC Comics, e o violento Bruto e “os garotos”, grupo que tenta desmascará-los. 

O seriado é totalmente o oposto de Modern Love, a série mais queridinha e fofa da plataforma em 2019. Em cada um dos oito episódios, atores diferentes foram colocados para interpretar as histórias reais narradas em uma coluna semanal do jornal New York Times. Temas como amor, afeto e relacionamento são mostrados em seus mais diferentes formatos. As duas produções estão renovadas.

Globoplay

• Aruanas
• Sessão de Terapia

O serviço de streaming da Globo marcou 2019 com um grande número de produções originais. Estrelada por Thainá Duarte, Taís Araújo, Débora Falabela e Leandra Leal, Aruanas foi uma das séries da Globoplay mais comentadas ao acompanhar a história de três ativistas de uma ONG de defesa do meio ambiente e da Amazônia. O programa deve ganhar uma segunda temporada, ainda sem data confirmada. 

Sessão de Terapia, que teve as primeiras temporadas veiculadas no canal pago GNT, estreou seu quarto ano de forma exclusiva para o Globoplay. Além de Selton Mello no papel do protagonista, a série trouxe a atriz Morena Baccarin no elenco. Apesar de ser brasileira, o seriado foi sua primeira produção nacional, após participar de séries norte-americanas como Homeland e Gotham e do filme Deadpool.

*por GaúchaZH