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Segundo um novo estudo, existe um tempo mínimo de audição para garantir os efeitos positivos da música no cérebro
Vitaminas, nutrientes, exercício físico... E música. Há muito se sabe que ouvir música pode ajudar a mente a relaxar, aumentando os níveis de felicidade e diminuindo os de stress - mas, agora, um novo estudo, realizado em parceria pelo serviço de streaming Deezer e a Acadêmia Britânica de Terapia do Som, foi mais fundo nessa história: segundo a pesquisa, realizada com 7,5 mil pessoas, os benefícios só são sentidos a partir de um tempo mínimo diário de audição de música - e diferentes estilos musicais podem ter diferentes efeitos, como superar a tristeza ou aumentar o poder de concentração.
O estudo analisou como as pessoas usam música para processar as próprias emoções: 90% dos participantes afirmaram que ouvem música quando sentem que precisam relaxar; enquanto 82% dizem se sentir mais felizes ao som de suas canções favoritas. Cerca de 47% das pessoas relataram ouvir música em momentos tristes, justamente para se distrair dos sentimentos de angústia e melancolia; e 28% chegaram a garantir que a música os ajuda a controlar a raiva. Já para 32%, a atividade é um ótimo auxiliar na hora de se concentrar em alguma atividade específica.
Não basta, porém, dar play em uma ou outra faixa para sentir alguma diferença: a pesquisa cravou em 78 minutos o tempo mínimo diário para que alguém comece a sentir os efeitos positivos de ouvir música. Tem mais - cada efeito desejado específico tem seu próprio "tempo mínimo" para entrar em ação: 14 minutos de músicas animadas, felizes, com letras positivas e batida acelerada, ajudam o ouvinte a se sentir mais feliz; enquanto o efeito calmante das músicas mais relaxadas só vem depois de 16 minutos de audição. A concentração só é atingida depois de 15 minutos ouvindo canções calmas, mas positivas - músicas tristes podem ter o efeito contrário. E o estilo musical não parece influenciar quando se quer superar a tristeza ou controlar a raiva: o gênero favorito do ouvinte parece ser o mais indicado em ambos os casos.
Lyz Cooper, da Acadêmia Britânica de Terapia do Som, escreveu, na publicação do estudo: "Há certas propriedades da música que afetam a mente e o corpo. Dedicar tempo para ouvir faixas que disparam diferentes emoções pode ter um impacto imenso no nosso bem-estar e na nossa saúde mental. Ouvir canções felizes, por exemplo, aumenta a atividade nas áreas do cérebro associadas à sensação de recompensa, e diminui na amígdala, parte do cérebro associada ao medo."
Os participantes do estudo também afirmaram que, de modo geral, em dias em que ouvem música, se sentem mais satisfeitos com a vida (86%), mais cheios de energia (89%) e mais propensos a rir (65%). Aliás, a música pop foi a mais associada a sentimentos de alegria e felicidade - já a música clássica foi a mais eficaz na hora de produzir relaxamento; seguida, talvez curiosamente, pelo rock. Rock e heavy metal aparecem no topo quando o objetivo é controlar sentimentos de raiva. Músicas relaxantes ajudam a reduzir a tensão muscular (em 79% dos casos) e até a dormir melhor (82%).
Algumas músicas específicas citadas pelo estudo foram Happy, de Pharrell Williams, como a canção que mais ajudou os participantes a se sentirem felizes (seguida por Sing, de Ed Sheeran, e Dancing Queen, do Abba); e Highway To Hell, do AC/DC, como a faixa favorita pela maioria das pessoas em momentos de raiva (seguida por músicas de Rammstein, Metallica e Mozart).