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Ser o terror das águas é bem divertido!
Com certeza o jogo que mais me entreteve nas férias foi Maneater. É um game em que você controla um tubarão e sai por aí aterrorizando as águas, no estilo do famoso filme do diretor Steven Spielberg. E o jogo traz uma ótima mistura: ao mesmo tempo em que segue algumas regras realistas, no tipo de gráfico e animais da cadeia alimentar, ele é exagerado, debochado e não se leva a sério. Diversão é o que mais importa aqui.
Você controla um tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas). No início, você será um adulto, mas logo o game vai mostrar esse animal sendo capturado por um caçador. E era uma fêmea, esperando um filhote (nessa espécie, os tubarões nascem vivos, eles não põem ovos). O caçador cruelmente corta a barriga do peixe, arranca o tubarão-bebê, faz um corte no rosto dele e o joga na água, para encontrá-lo quando ele for adulto.
Parece horrível, e é. Mas agora você controla o filhote, que também é uma fêmea, já que elas costumam ser bem maiores que os machos nessa espécie. E você vai querer ser um tubarão grandão, acredite.
Para se tornar um adulto capaz de derrotar o caçador e vingar a morte de sua mãe, você terá que se alimentar de várias outras espécies em oito áreas. Os gráficos são lindos (eu joguei num Xbox One X) e diria que num estilo mais para o realista. As espécies das quais o seu tubarão se alimenta também são presas dele na vida real, na maior parte das vezes.
No restante, o jogo abandona o realismo e investe no modo diversão. No quesito controle, no início é meio difícil se acostumar, já que o seu tubarão pode nadar para todos os lados, além de em direção ao fundo ou superfície da água. Contudo, logo você pega o jeito.
Cada presa que você engole lhe dá alguns nutrientes. São quatro tipos. Eles são importantes para subir de nível e, mais tarde, para as evoluções, uma das partes mais exageradas do game. Mas não vou dar spoiler, não.
Em cada área, há objetivos que você pode cumprir para ganhar mais nutrientes. Esses cenários vão desde pântanos, cheios de jacarés, até lugares onde há muitas pessoas passando as férias, com seus barcos caros, e golfos, com outros tubarões e baleias.
Além dos objetivos, você pode coletar nutrientes em caixas escondidas e encontrar em cada áreas os "pontos turísticos", que geralmente são esculturas ou objetos abandonados que zombam de alguma coisa na cultura pop, como o filme Titanic ou o desenho do Bob Esponja.
E está aí mais um ponto do alto: ele é bem-humorado. Enquanto você nada por aí, há um narrador, como se você estivesse assistindo a um documentário. Mas esse cara não é sério e também contribui com alguns comentários sarcásticos e engraçados.
Se eu fosse tentar comparar este jogo com outro, diria que este é um GTA de tubarão. Se você morder muitas pessoas, vai aparecer a guarda costeira pra lhe atacar, como faz a polícia no game da Rockstar. Aí você pode fugir ou partir pra briga. Vencendo, você chama a atenção de caçadores. Há inclusive um objetivo em que você precisa derrotar 10 deles no jogo, fora o grande vilão. Cada um tem um ou mais truques na manga para tornar a sua vida difícil.
Há quem escreveu na internet que achou Maneater um game repetitivo. Eu não concordo. Este jogo tem a grande sabedoria de ser curto. Eu fiz 100% nele, todos os objetivos, e levei 24 horas (não diretas, hehehe). Ele acaba antes de se tornar cansativo (alguns estúdios estão precisando aprender esta valiosa lição). Recomendo muito este game para quem busca diversão em um jogo debochado, sem muito compromisso com a realidade.
Maneater está disponível para Xbox Séries S e X, Xbox One, Playstation 4 e 5 e PC. Ele também pode ser encontrado no catálogo do serviço Gamepass.