Pensando Sobre Games: novos modelos

19.08.2021 | 11h00
Por Joana Caldas
Repórter do G1/SC e editora do blog Pensando Sobre Games
Xbox One X

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Você curte quando videogames ganham uma update no meio da geração?

Há anos venho escutando rumores sobre um novo Nintendo Switch. E não seria o sucessor dele, um novo console, mas sim um outro modelo do mesmo videogame, como o Playstation 4 Pro ou Xbox One X. Ou, para ficar na Nintendo, algo como o New 3DS. Esses novos modelos não mudam só a aparência do aparelho; eles têm uma performance melhor.

Confesso que não acho essa prática muito legal, apesar de ela ser comum na área tecnológica. Acho ela é ruim justamente com os fãs mais assíduos, aqueles que compram o videogame nos primeiros anos de vida dele. Você que resolveu embarcar na aventura de um novo aparelho fica com o equipamento com pior performance.

Dito isso, nunca me senti tentada a pegar o Novo 3DS e resolvi ficar com o 2DS mesmo. Tenho meu ancião modelo original do PS4, que ainda funciona. Mas teve uma exceção: o Xbox One X.

Divulgação/Nintendo

Já contei a história aqui, no meu texto sobre gráficos. Resolvi trocar o Xbox One pelo modelo mais novo porque mudei de TV. E há sim um ganho de performance no videogame.

Porém, três anos depois ele já estava ultrapassado, pois surgia o Xbox Séries X. O Xbox One original saiu em 2014 e o One X, em 2017. Ou seja, um novo Xbox a cada três anos. Haja bolso pra tudo isso.

Claro que ninguém é obrigado a trocar, e duvido que a maioria faça isso. Porém, esses novos aparelhos acabam gerando uma dúvida para o consumidor. Ou pelo menos para mim: será que vale mesmo a pena comprar o videogame no primeiro ano de vida dele? Como não consegui botar minhas mãos no Xbox Séries X, como vou saber se é melhor esperar um pouquinho; vai que saia outro modelo?

No mundo tecnológico, não há muitas certezas para o consumidor, apenas de que as coisas mudarão rápido. Não sei muito o que é melhor fazer nestes casos. Neste ano de falta de estoque, foi fácil: sou obrigada a ficar com o Xbox One X, já que conseguir o Séries X está bem difícil. Neste caso, fico feliz em ter trocado pelo modelo de melhor performance. Mas quem poderia prever uma pandemia e a falta de matéria-prima na área tecnológica responsável por essa falta de estoque?

Aliás, é isso que mais me intriga no pessoal que torce para um novo modelo do Switch. Não sei se seria negócio para a Nintendo lançar um aparelho com performance um pouquinho melhor se há falta de matéria-prima. Esse novo equipamento poderia ficaria sem estoque, assim como o PS5 e Xbox Séries X.

Em outubro, chega a alguns países o modelo que a Nintendo realmente resolveu lançar: o Oled. É um Switch com tela com qualidade melhor, um pouquinho maior e mais bateria e espaço interno. Não tenho vontade nenhuma de trocar meu aparelho original de 2017. Mas provavelmente este equipamento a Nintendo ainda consegue fabricar mesmo com esse problema que afeta o estoque.

Divulgação/Nintendo

Ao meu ver, a energia e grana que a gigante japonesa precisaria investir para colocar um Switch com performance melhor no mercado ela pode economizar para lançar o sucessor dele. No final do ano, já chega o Steam Deck, o portátil da empresa Valve, com capacidade para gráficos melhores do que o videogame da Nintendo. Sem falar nos já lançados PS5 e Xbox Séries X.

Com tudo isso, o Switch vai ficando meio ultrapassado no quesito performance, mesmo para um equipamento que também é portátil. Por isso, talvez fizesse mais sentido para a Nintendo colocar suas fichas no sucessor para o Natal de 2022 e atualizar de forma mais robusta a tecnologia dele, em vez de fazer uma atualização no meio da geração.

Até lá, quem sabe normaliza um pouco a situação da falta de matéria-prima. Fora que o Switch está vendendo bem na pandemia. Não creio que a Nintendo seja daquelas que mexem em time que está ganhando. 

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