Pensando Sobre Games: reflexões sobre "Hyrule Warriors - Age of Calamity"

20.05.2021 | 11h52 - Atualizada em: 24.05.2021 | 10h01
 Joana Caldas
Por Joana Caldas
Repórter do G1/SC e editora do blog Pensando Sobre Games
Hyrule Warriors: Age of Calamity

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A variedade em um jogo focado no combate é uma boa ideia para tornar batalhas mais interessantes

Já falei um pouco sobre Hyrule Warriors: Age of Calamity, do Nintendo Switch, no texto sobre sentimento de poder nos jogos. Refletindo sobre as razões pelas quais este game me divertiu por 62 horas, fiquei pensando o que faz um título ter um bom combate.

Neste jogo em específico, basicamente você vai passar por fases e desafios e derrotar centenas de inimigos. Este game nasceu do gênero conhecido como musou, em que você controla um personagem bem forte, que consegue vencer muitos adversários de uma só vez.

"Age of Calamity" traz novidades para o combate, pegando emprestado elementos encontrados em "The Legend of Zelda: Breath of the Wild"Nintendo/Koei Tecmo Games/Divulgação

O primeiro Hyrule Warriors achei repetitivo e um pouco monótono, tanto que nunca mais joguei nenhum jogo musou. Mas Age of Calamity traz novidades para o combate, pegando emprestado elementos encontrados em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, como as runas.

Cada uma tem um poder. Tem a bomba, a stasis, que paralisa os inimigos, a cryonis, que os congela, e a magnesis, que faz com que você possa controlar objetos de metal, como espadas. Com elas, você tem mais uma forma de derrotar os adversários, que não envolva só os básicos ataques rápidos e fracos ou os lentos e fortes.

Outra alternativa é usar os cajados deixados pelos inimigos magos. Com isso, você poderá usar ataques de fogo, gelo e eletricidade. Eles podem ser muito úteis contra adversários que usam esses elementos. Ou você pode bolar estratégias como eletrocutar os inimigos que estiverem na água.

Para completar, cada personagem tem uma habilidade diferente. É legal testar todos e ver qual combina mais com o seu estilo. E há alguns que são secretos e desabilitados conforme você cumpre certas tarefas.

As tradicionais estratégias de esquiva, bloqueio e uso do escudo no último segundo antes do ataque inimigo também estão aqui. Com tudo isso, você tem uma rica variedade de formas de combate.

E é tudo muito divertido. Para se dar bem, você vai precisar saber bem as habilidades do seu personagem, conhecer os golpes dos inimigos mais fortes e suas variações e aprender o máximo de estratégias possível.

Eu sou uma jogadora ofensiva que curte o combate de perto. Então gostava de alternar os ataques fracos e fortes e usava as runas quando os adversários davam abertura. O meu personagem favorito deste jogo é um spoiler, então não vou falar. Mas, dos iniciais, a Mipha ganhou meu coração por ser muito rápida, além de ser uma querida fora das batalhas.

Tem isso também: há uma história. Para quem jogou Breath of the Wild e sempre quis saber mais sobre os campeões escolhidos para pilotar as grandes máquinas em forma de animais, recomendo muito este Age of Calamity. Há muitas cinemáticas, a maioria antes ou depois das fases, sem interromper o combate, que ajudam a formar a personalidade dos personagens.

Falei muito positivamente do jogo, mas há coisas que não achei muito legais. Você geralmente cria uma identidade e dinâmica com algum dos personagens e o game às vezes obriga você a usar outro. Isso é meio chato porque a jogabilidade tem elementos de RPG e os combatentes têm níveis. Então às vezes o jogo exige que você controle alguém que você não costuma usar e daí esse personagem está num nível baixo. Existe uma forma de subir rapidamente, utilizando o dinheiro que você ganha nas batalhas para pagar um campo de treinamento. Mas aí você apenas sobe de nível, sem ter conhecimento de quais são os poderes daquele combatente e qual a melhor estratégia para usar com ele.

A música é legal, mas não achei muito épica, o que é chato em um jogo da série The Legend of Zelda, mesmo que não seja da linhagem principal. E se você for daqueles jogadores que não largam o osso até completar tudo, como eu, vai passar um bom tempo em tarefas bem repetitivas. Mas não se preocupe: um gamer que não se importe tanto verá o final deste jogo em umas 25 horas, e não precisará investir 62 em um jogo com batalhas e mais batalhas.

Recomendo muito Age of Calamity para quem gostou de Breath of the Wild e quer saber mais sobre os personagens. Mas tem que curtir um bom combate, viu? Se você não sabe se vale a pena o investimento, pode baixar uma demo na loja do Nintendo Switch, que ela vai te dar uma boa ideia de como é o jogo. E desejo sucesso para você na sua luta contra o Calamity Ganon!

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