Pensando Sobre Games: sentimento de poder nos jogos

06.05.2021 | 11h24
 Joana Caldas
Por Joana Caldas
Repórter do G1/SC e editora do blog Pensando Sobre Games
Hyrule Warriors - Age of Calamity

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Ter a sensação de que você é tão forte que pode enfrentar qualquer obstáculo é maravilhoso

Outro dia estava conversando com um amigo sobre o game The Last of Us, dos consoles Playstation. Eu disse a ele que acho este jogo uma obra-prima, mas tem um batalhão de outros títulos que me divertem bem mais. Por uma razão muito simples: em The Last of Us, você é um simples sobrevivente, um personagem fraco em relação aos inimigos. E eu geralmente prefiro ser alguém forte, alguém que é temido, alguém que pode enfrentar qualquer obstáculo.

Isso não significa um jogo fácil. Afinal, o tipo de game que tem um personagem “apelão”, digamos assim, tem várias formas de complicar a vida do jogador. Seja como muitos inimigos de uma só vez, ou com uma fase que não te dá muitas chances de errar. Ou ainda com um adversário igualmente poderoso.

Assassin’s Creed OdysseyUbisoft/Reprodução

A inspiração para este texto também veio do game que estou jogando agora: Hyrule Warriors - Age of Calamity, do Nintendo Switch, em que você controla os personagens da obra-prima The Legend of Zelda: Breath of the Wild em batalhas frenéticas. Fiquei pensando por que estou gostando tanto. Existem algumas razões pelas quais este game é muito bem bolado, e posso comentar em uma próxima vez. Mas um dos fatores de que eu mais gosto com certeza é o fato de que todos os personagens que você pode escolher são muito poderosos, de um jeito ou de outro.

Tem aqui o cara da espada e escudo (ou moça), outro que voa, outro fortão, outra bem rápida, uma que usa mágica, outra que se multiplica. São muitas opções para você escolher qual poder quer.

O que acho muito satisfatório neste tipo de personagem é o sentimento que você tem, como jogador, de que pode enfrentar qualquer coisa. É algo da mente mesmo. Virão hordas e hordas de inimigos, alguns mais fortes do que outros. Contudo, você sente que vai conseguir, que você é o “escolhido”, o personagem a ser batido, que ninguém pode derrotá-lo, quase um “pode vir que eu me garanto”. Eu adoro demais essa sensação.

Porém, a verdade é que esse tipo de game não deixa barato e costuma exigir muito dos jogadores nas dificuldades mais altas. Já passei sufoco neste Hyrule Warriors, mesmo com personagens poderosíssimos. Outros títulos, como a série Bayonetta e até os God of War antigos, também exigem que você se aperfeiçoe nos controles do seu personagem, ou vai ver bastante a tela de game over, especialmente nas dificuldades mais altas.

Batman Arkham CityWarner Bros. Interactive Entertainment/Divulgação

Aqueles jogos que apresentam um protagonista poderoso, mas não têm lá um super desafio, também me divertem muito, como Batman Arkham City ou Assassin’s Creed Odyssey.

O ponto ao qual quero chegar é o seguinte: quantas vezes na sua vida você acorda e sente que pode enfrentar o mundo? Não é todo dia, não é mesmo? Mas não é incrível quando isso acontece? No videogame, você pode sentir isso sendo o Batman, a Mulher-Gato, a Bayonetta, a Kassandra, o Kratos, o Link.

Jogos eletrônicos são uma fantasia, uma brincadeira. Acho válido demais trazer a sensação de poder total ao jogador. Posso ser péssima em terror de sobrevivência (além de tudo, ainda limitam o inventário!), mas quero ver o inimigo que vai ter coragem de enfrentar minha Zelda nível 63. Pode vir que eu estou preparada!

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