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A Penske Media Corporation e a MRC anunciaram uma joint venture em outubro
O número de grandes revistas impressas dedicadas ao mercado musical é cada vez menor: a The Fader não publicou nenhuma edição em 2020; a Q fechou no meio do ano; a NME passou a ser exclusivamente digital ainda em 2018; sendo precedida pela Vibe (em 2014), Spin (em 2012) e Pitchfork. Agora, duas gigantes remanescentes juntaram forças: as companhias-mães responsáveis pela Rolling Stone e pela Billboard anunciaram uma joint venture - ou seja, uma espécie de consórcio; uma associação sem caráter definitivo em que as empresas dividem tanto obrigações quanto lucros.
A união da Penske Medie Corporation (PMC) e da MRC (antigamente, Media Rights Capital), anunciada em outubro, reverberou pela indústria musical - as empresas são responsáveis por outras grandes publicações do mundo do entretenimento, como Variety, Deadline, IndieWire, Music Business Worldwide, The Hollywood Reporter e Vibe. Embora nenhuma das companhias tenha chamado o acordo de "compra" ou "fusão", o MediaPosts publicou que a Penske detém mais de 80% da nova empresa. A MCR demitiu cerca de 50 pessoas depois do anúncio; a maioria delas de áreas como operações de distribuição.
Segundo artigo publicado no site da Pitchfork por Anna Gaca (ex-jornalista também da Spin), as companhias parecem estar buscando ganhar com os lados mais fortes de cada uma: a Penske vai assumir as operações de Billboard, The Hollywood Reporter e Vibe, enquanto a MRC vai focar em adaptar as várias publicações de ambas as empresas para outros formatos - procurando mais oportunidades como War Dogs, o documentário de 2016 baseado em uma reportagem da Rolling Stone. A ideia é explorar a sólida experiência da MRC em trabalhar com filmes e produções para TV e streaming.
Especialistas da indústria entrevistados pelo Pitchfork não imaginam Rolling Stone e Billboard se fundindo em uma só publicação: a Billboard é mais focada no negócio da música em si e no que efetivamente bomba nas rádios de todo o mundo; enquanto a Rolling Stone é tradicionalmente associada à contracultura, frequentemente apresentando artistas que ainda não chegaram ao mainstream.
Mesmo assim, a Rolling Stone lançou sua própria parada musical há alguns anos - resta saber se o ranking será extinto, ou se as duas paradas vão se dedicar a nichos específicos e metodologias diferentes de classificação. Da mesma forma, a indústria também se mostra curiosa a respeito do que será feito de duplas como Variety/The Hollywood Reporter, que tradicionalmente competem entre si por furos e público.