"Super Smash Bros.": simplicidade e aula de história dos games

08.10.2020 | 12h04
 Joana Caldas
Por Joana Caldas
Repórter do G1/SC e editora do blog Pensando Sobre Games
No "Smash Bros.", o desafio não é decorar uma sequência, mas fazer o melhor uso do cenário e itens a seu favor

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Não precisar decorar sequências de botões pode ser libertador!

Quando eu era criança, adorava jogos de luta e testava vários. O meu favorito era a franquia Mortal Kombat, com seus gráficos realistas para a época e violência absurda. Para me dar bem nesse gênero, era aquela decoreba de sequência de botões para dar a magia de gelo do Sub-Zero, o arpão do Scorpion ou leque da Kitana. Mesmo nos jogos sem magia, como Tekken, SoulCalibur e Art of Fighting, é bom que você decore algumas sequências de botões.

"Smash Bros." é um jogo de luta bem-humorado com personagens da NintendoSmash Bros./Reprodução

Eis que em 1999 surge Super Smash Bros. no Nintendo 64. É um jogo de luta bem-humorado com personagens da Nintendo. Você aperta A para socar ou chutar seus oponentes. E aperta B para os ataques especiais. Como assim não tenho que decorar sequências?

Eu tinha revistas e revistas de games ensinando golpes de jogos de luta. Lembro de uma do Mortal Kombat Trilogy que eu gostava de consultar nos sábados de manhã para tentar fazer todos os golpes de todos os personagens. E aparece um jogo em que você não precisa decorar sequências de botões!

Com B você dá um golpe especial no Smash. Bros. B e direita ou esquerda, é outro golpe especial. B para baixo, outro. E B para cima, mais um, geralmente um que ajuda a tentar voltar para a plataforma onde ocorre a luta, caso você tenha sido arremessado para fora do cenário. Simples assim.

No Smash Bros., o desafio não é decorar uma sequência, mas fazer o melhor uso do cenário e itens a seu favor. Os itens são objetos de vários jogos diferentes colocados à disposição dos lutadores, como o martelo do jogo de fliperama Donkey Kong. Para se dar bem no Smash Bros., você precisa, além de saber o melhor momento para atacar ou se defender, como em outros games de luta, conhecer todos os cenários e itens. E os seus adversários.

A série também se tornou uma aula de história e celebração de personagens dos gamesSmash Bros./Reprodução

Pode parecer muita coisa, mas o fato de eu não ter que decorar uma sequência de botões foi libertador. Tanto que atualmente o Super Smash Bros. é o único game de luta a que eu me dedico. Com o tempo limitado para jogar videogame, não tenho mais como ficar decorando sequências de botões. 

A série Super Smash Bros. também se tornou uma aula de história e celebração de personagens dos games. Quando saiu o primeiro, eu não sabia quem eram a Samus, o Capitão Falcon e o Ness. A sequência, Super Smash Bros. Melee, do Gamecube, levou a aula de história para um outro patamar quando dava troféus aos jogadores. Além de uma figurinha em 3D do personagem, os troféus traziam textos falando sobre a origem dele e em quais games você podia encontrá-lo até então.

O Super Smash Bros. Brawl, do Wii, trouxe um sistema semelhante, com estátuas. Com isso, aprendi sobre Fire Emblem, Ice Climbers, Dr. Mario, Game & Watch, os inimigos do Kirby Meta Knight e Rei Dedede, Kid Icarus e até o acessório do Nintendinho R.O.B. Foi a partir do Brawl também que estrearam personagens de franquias que não são da Nintendo, como Sonic e Metal Gear Solid

Gosto de pensar que o sucesso de Smash Bros. familiarizou os jogadores com algumas séries e ajudou a trazer Fire Emblem ao ocidente, a popularizar ainda mais Earthbound e estimulou um novo jogo de Kid Icarus. E o game mais recente da série Super Smash Bros., o Ultimate, está trazendo cada vez mais personagens de franquias que não são da Nintendo. Apesar do nome, espero sinceramente que não seja o último.

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