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"The Walking Dead: World Beyond" estreia nesta segunda-feira (5) no canal AMC
Corpos cansados rastejam por campos verdes ou cidades abandonadas. Eles não parecem vivos, mas seu nível de lentidão e sua aparência pouco se assemelham ao dos zumbis que costumam aparecer na TV e no cinema. Esse é o efeito que o passar de uma década deixou nos mortos-vivos de The Walking Dead. Se antes o menor barulho ou movimento despertavam sua atenção e botavam os vivos para correr, hoje a sede por carnificina dos monstrengos parece arrefecida.
É nesse cenário que surgem os personagens de The Walking Dead: World Beyond, derivado da bem-sucedida trama de zumbis, que estreia nesta segunda (5). A série seminal, aliás, é outra coisa que parece se arrastar já há alguns anos. Não à toa seu fim foi anunciado no mês passado - mas ainda há tempo até seu episódio derradeiro, que deve ser transmitido em 2022, encerrando a 11ª temporada do programa, um sucesso de audiência da TV mundial.
The Walking Dead, porém, não vai morrer sem passar o gene zumbi a uma próxima geração. O derivado Fear the Walking Dead deve, em breve, estrear sua sexta temporada, um filme está em pré-produção, um derivado com os personagens queridinhos Daryl e Carol foi anunciado para 2023 e, é claro, World Beyond agora faz sua estreia na TV.
Na nova série, o público acompanha a primeira geração crescer no mundo devastado pelo apocalipse. Os protagonistas são adolescentes, que praticamente não têm memória de como eram as coisas antes de a Terra ser dominada pelos zumbis. Iris, Silas, Hope e Elton são os quatro protagonistas da nova produção, que não tem qualquer relação direta com a história de The Walking Dead ou com os quadrinhos que inspiraram a série original.
Eles vivem em uma comunidade erguida em um antigo campus universitário. Protegidos da sanguinolência do mundo exterior, eles estudam, pensam nas carreiras que gostariam de seguir e se divertem como adolescentes normais. Até que decidem se aventurar pelo além-muro e enfrentar, pela primeira vez, os zumbis, agora menos terríveis já que, de acordo com o próprio elenco, o tempo fez com que seus corpos carcomidos se deteriorassem consideravelmente.
"Eu acho que World Beyond traz uma nova perspectiva para esse universo de The Walking Dead, que tem personagens que assimilaram esse cenário de morte ao redor deles e que estão apenas tentando sobreviver", diz Aliyah Royale, intérprete de Iris. "A nossa série, por outro lado, é cheia de vida. Nossos personagens não acham que estão só sobrevivendo, aquilo para eles é viver. E a jornada deles começa quando eles deixam isso para trás e saem da comunidade em que cresceram."
"Sempre vai haver um paralelo com a série original, porque elas estão no mesmo universo e têm as mesmas equipes de produção, mas apesar disso e de o mesmo apocalipse ter acontecido, ainda há muito a explorar", completa Hal Cumpston, que vive Silas. A atmosfera adolescente fica clara já nos primeiros minutos de World Beyond. Iris, por exemplo, é pintada como a aluna exemplar, que coordenava eventos do colégio e que quer seguir os passos do pai e ter uma carreira como cientista, ajudando a buscar uma cura para aquela devastação.
Mas os planos de Iris são adiados quando seu pai começa a enviar pedidos de ajuda cifrados às filhas - ele foi emprestado para uma outra comunidade de sobreviventes, onde uma ampla pesquisa sobre os mortos-vivos é conduzida. É esse fato que as impulsiona a deixar a segurança da comunidade onde cresceram.
"Como novidade de World Beyond nós temos muitos temas universais sobre essa transição da adolescência para a vida adulta. Mas além disso há uma questão clássica do universo de The Walking Dead, que é você não saber como cada personagem vai reagir nessas situações malucas de apocalipse. Eles estão sempre testando o seu código moral", afirma Cumpston. "Em um apocalipse, existe moral, existe um código de ética?", questiona Royale, destacando que é a provocação que ajuda o universo de The Walking Dead a se manter vivo.